O GAIATO digital
* Um grupo dos nossos Rapazes mais novos *
Edição de 13 de Outubro de 2018: Ano LXXV : n.º 1946
Novo E-MAIL da OBRA DA RUA
Informamos os nossos Amigos que a partir de 30 de Novembro do corrente ano, o e-mail obradarua@iol.pt deixa de existir. O novo e-mail é geral@obradarua.pt e já se encontra em utilização.
NOVO LIVRO
Terá o seu lançamento no próximo 27 de Outubro, na homenagem dos 131 anos do nascimento do Pai Américo, na Universidade Católica, pólo do Porto-Foz, pelas 18:00 horas.
«Tudo o que aqui se relata é verdade e anúncio, bastas vezes interpelação e convite, nem sempre suave, à introspecção e meditação, necessárias como base para a acção. O leitor nem sempre terá os olhos enxutos nem a consciência tranquila, mas sairá para esta sua vida com outro brilho na alma e outro ânimo na vontade. Terá tido ainda o prazer, cada vez mais raro, de ler uma prosa ao mesmo tempo directa, simples e poética, a prosa de um homem de acção que medita e discerne. Como tão bem faz notar Henrique Manuel Pereira, os seus escritos «têm textura de poesia e oração; não raro, é como se as frases neles se incendiassem e as palavras nos queimassem». Nisso, assemelham-se às do Padre Américo, que, nas palavras de Mendes Fernandes, tinha um estilo «inconfundível, incisivo, nervoso, botava lume, subjugava. Era termocautério». Mas o Padre Baptista não é um imitador ou epígono do Padre Américo: ambos incendiavam o amor e a compaixão, mas cada um a seu modo e, não nos cabendo fazer comparações, cremos poder opinar que o Padre Baptista exibe um pendor contemplativo e de consonância e convivência com a natureza que raramente encontramos nos escritores de hoje. Os seus textos são tecidos de verdade e compaixão, mas neles não raro se insinua a metáfora, a comparação, a asa poética que eleva e inspira. Não surpreende que assim seja, pois o Autor também foi quem desenhou as casas, a capela, o cemitério, até os vitrais.»
Do Prefácio de Walter Osswald
DA NOSSA VIDA
Crianças
«… Ser criança não é somente uma questão de idade mas um estado de vida. À infância está ligada a simplicidade, a humildade, a dependência, mas também a alegria, a esperança e a verdade. Mas se é o espírito do mundo que comanda, encontramos o oposto de tudo isto. Não rejeita ele a criança? E ainda que o não faça explicitamente, selecciona as crianças e não lhes dá voz. E ainda que a admita à vida ou a tenha mesmo como necessária, tem em vista não o valor da criança em si mas o proveito que dela pode tirar como peça na engrenagem económica dos seus interesses…»
Padre Júlio
PATRIMÓNIO DOS POBRES
«… A casa tinha sido arrendada em Agosto por 400 euros/mês mas só haviam saldado metade da caução. Com as multiplicações que a senhoria ia fazendo a dívida chegava já aos 2000 euros — evidenciava a pobre mulher numa carta escrita a computador. Mesmo a que falava comigo, dava-me a impressão de uma certa dificuldade mental. Dizia-me que trabalhara nas estufas em Pegões e ganhava lá o ordenado mínimo. «Dava para mim e para a minha irmã. De repente mandaram-me embora e eu fiquei assim sem nada»…»
Padre Acílio
MALANJE
«… Outro segredo, como dizia Pai Américo, é poupar... e depois, poupar. Poupar, não para acumular, mas para não esgotar o que temos e podermos partilhar com os outros: Barrigas!, leva essa camisa para que a cosam, ainda serve para o trabalho... Zezinho!, faz um balde com essa caixa para guardar o lixo... Tilson!, esse caderno ainda tem folhas em branco... Vejeta!, diz ao Avozinho que compre arroz em tal tenda, que é mais barato... Não nos cansamos de poupar para que chegue para todos…»
Padre Rafael
ERA O ANO I, N.º 17
Ouçam o Pedro da Figueira
«Como eu vim para a «Casa do Gaiato» e o que fiz antes de para cá vir. Eu quando o padeiro ia levar o pão a um andar eu ia ó cesto tirar uma carcaça e ia comê-la escondida na praia. Eu quando ia ao mercado mais os meus companheiros, eu punha um pé em cima de um melão e dava-lhe um chuto para trás para os meus companheiros o apanharem...»
PENSAMENTO
São assim as Obras de Deus. Quanto menos importância nos dermos a nós mesmos e ainda menos no-la derem os outros, mais e melhor realiza Ele, por nós, a Sua Obra no mundo. Não é a mim, nem por minha causa, tão pouco por meu amor, esta porfia no dar. Eu não sou Comissão, nem Campanha de Inverno, nem Abaixo-assinado - nada, ninguém. Passo simplesmente à tua porta, em silêncio, trazendo debaixo da capa os casos do dia e o estigma deles no coração; e mais nada. O resto é obra de Deus.
Pão dos Pobres, 2.° Vol., p 23.
Pai Américo
SINAIS
«Os meus 93 já me custa subir a rampa que leva aos pavilhões dos doentes, quando vou é uma cascalhada de alegria. Quem mais vibra é a nossa princesa - uma menina paralítica que sorri, sorri... e faz das nossas tristezas estrelinhas doiradas... Comunga todos os domingos. Jesus fica Menino e brinca com ela no seu coração pequenino…»
Padre Telmo
PÃO DE VIDA
Um encontro feliz
«… Conforme é reconhecido, o Padre Américo foi um amigo do Senhor e dos pobres, ligado diariamente à Mãe de Jesus pelas contas do Rosário, isto é, também foi mariano. Quando, a 13 de Maio de 1952, em Fátima, pregou a parábola do Bom Samaritano, para chamar a atenção da necessidade urgente de abrigos para os pobres, o Padre Manuel Formigão escutou e esteve atento às palavras do Recoveiro dos Pobres, anotando: Acentuou que muitos [peregrinos] voltariam para a sua freguesia por caminho diverso daquele que os conduzira à Fátima, isto é, pensando de outra maneira. Iriam fazer justiça. Sem justiça, não há amor, nem há paz…»
Padre Manuel Mendes
SETÚBAL
«Recebi um convite para participar, em Fátima, no nono simpósio do clero que tinha como tema: O padre ministro e testemunha da alegria do Evangelho.
Um simpósio é uma reunião para debater determinados temas e este era aliciante. Também eu tinha necessidade de ouvir sobretudo porque os palestrantes são pessoas credíveis e sábias!
Vim feliz, mais convicto e com mais força! Uma grande parte dos pregadores chegou ao fundo da missão sacerdotal cristã. Tudo clarinho como água limpa…»
Padre Acílio
Pelas CASAS DO GAIATO
BEIRE
Um "anel de noivado" para…
«… No último O Gaiato tentei abrir o vosso apetite para a linda história de um anel de noivado... Porque também aqui são muitas as noivas que o merecem. Sentia-me movido a isso à medida que me ia inteirando das ocorrências mais significativas, durante a minha ausência. Porque, como então vos disse, gosto de estar atento ao princípio de que, por amor das pessoas, às vezes, é preciso descansar delas. Foi assim que, acedendo a um convite dos meus, me permiti umas feriazinhas com eles na ilha de S. Jorge, Açores…»
Um admirador