Vinde Ver! 

A voz do Pai Américo

Já é tradição, em nossa Casa, a leitura do Cantinho dos Rapazes, durante a semana que antecede as festas do dia da Obra da Rua, dia de festa do nascimento do Padre Américo para o Céu. Festas, sim, no plural, elas são celebradas para os de dentro, para a família que já se encontra fora da Casa e, também, para a comunidade que compõe a nossa Escola. Neste presente ano lectivo, na nossa pequena Escola, estão matriculados cerca de 1339 alunos da iniciação ao nono ano. Pai Américo é o Padroeiro, como não podia deixar de ser. O dia da Escola é celebrado nesta mesma data. Celebração Eucarística campal, palestra, recriação, mimos, são algumas das actividades que o director da Escola veio dar a conhecer. É o dia todo cheio, rendido à vida e Obra do Padre Américo Monteiro de Aguiar - AMA. As iniciais do seu nome dizem tudo. E em tudo, graças sejam dadas ao nosso Bom Deus, que do alto dos Céus nos visita como sol nascente, através da porta aberta da Obra da Rua - altar posto no meio dos homens, para ser uma Casa de Família, onde pão e amor são compartilhados por todos. Onde o Rosto de Deus Pai Misericordioso possa ser contemplado por crentes e não crentes, pobres e ricos, santos e pecadores.

A Obra da Rua é expressão da Divina Providência, que ao longo dos tempos tem conduzido, a sua trajectória, servindo os pobres. Por ser em dia de Domingo, que já por si mesmo é dia do Senhor, redobram os motivos de acção de graças à Santíssima Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo.

A Igreja, é a família dos filhos que chamam Pai ao mesmo Deus. Entretanto, todos na condição de Irmãos. A comunhão é mola mestra em Casa de Família. Ela é vector de atracção de outras virtudes necessárias à convivência saudável entre os irmãos. O Senhor Bispo Emérito de Benguela, Dom Óscar Braga, será o presidente da celebração da Eucaristia - ponto central da nossa festa e lugar de unidade entre todos os filhos que, pela Obra, aprenderam a conhecer a paternidade de Deus, revelada na acção de caridade prestada na Terra pelo Pai Américo.

Os rapazes, na reunião de chefes, falaram de toda a organização à volta da festa da Obra, foram indicadas as responsabilidades para cada um, conforme as necessidades e serviços a ter em conta em dia de festa, ninguém fica do lado de fora quando há boa disponibilidade dos chefes em coordenar as actividades da vida da nossa Casa.

A voz do Pai Américo, é escutada em silêncio e com grande expectativa dos ouvintes, pequenos e grandes. E segue-se, então, o comentário para apontarmos a lição que nos é dada. Tão actual a palavra do Pai Américo. Tão viva e contextualizada para os tempos de hoje, como foi naquele tempo. O homem é o mesmo, mudam-se os tempos, surgem novos desafios, e tendências. Muitos nomes e factos apontados na mensagem do Pai Américo, são reconhecidos como familiares à rapaziada de hoje. E gostam de sorrir às alcunhas que o Cantinho apresenta. Foi o «"Bucha" que entrou na cozinha sem ser chamado e comeu da fruta que era destinada aos doentes», era naquele tempo; e ainda hoje quantos "Buchas" não andam no campo ou na cozinha a rapar o que é destinado a todos?! As mangas, a banana, a carne... não é pelo nome, é mais pelo seu comportamento em lidar com as coisas. A conclusão é de Pai Américo: «Se no tempo em que nasceu o cristianismo os primeiros Apóstolos tivessem essas armas à mão, muito mais depressa se teria espalhado na Terra a Doutrina preciosa do Mestre.»

Padre Quim