SINAIS

Sempre, depois do jantar na Casa de Malanje, passava pela salinha das senhoras, onde a ti Ana — carinhosamente — ajudava os «Batatinhas» nos trabalhos da Escola ou lhes ensinava a doutrina. Ti Ana veio com seu marido de Barcelona passar dois anos connosco. Os mais pequeninos queriam-lhe como mãe. Retirava-me devagarinho saboreando num enlevo o quadro de encanto.

Todos nos estremecemos de saudade e amor ao simples pronunciar a palavra Mãe! Pai Américo sonhou com uma senhora (mãe) em cada Casa. Como que não concebia uma Casa do Gaiato sem uma senhora — também mãe. Nem sempre tem sido possível... Também já não temos pequeninos a quem chamávamos «Batatinhas» — os serviços sociais colocam-os em lares de acolhimento onde não há mãe.

Com que saudade recordo as que conheci e com gratidão o benefício da sua presença.

Há dias, fui ao cemitério numa aldeia de Miranda do Corvo onde está sepultada a nossa Maria da Luz que deu a vida pelos nossos rapazes estudantes no Lar de Coimbra. Em oração, olhando a sua foto, recordei a sua dedicação, carinho e amor pelos rapazes, a quem tratava como filhos e, também, com emoção, tantas das nossas Mães que o Senhor já lá tem: Mãe Sofia, Mãe Virgínia, Mãe Hortênsia, Mãe Diamantina, Mãe Margarida, Mãe Teresa, Mãe Isaura, ainda jovem, mas que o Senhor chamou... Outras que ainda nos confortam e edificam com sua presença, sua ajuda e dedicação: a Teresa, a Esmeralda, a Adelaide, a Preciosa, a Nazaré e Maria do Rosário, a D. Conceição que em Setúbal atende também, todos os dias, os pobres da Cidade... Não podemos deixar de lembrar a Irmã Quitéria que em Moçambique se entrega totalmente aos rapazes daquela nossa Casa, de quem tem sido uma verdadeira Mãe.

Padre Telmo