SETÚBAL

Vesteon

Uma fábrica de componentes automóveis dispôs-se a dar-nos a comida que sobrava ao jantar dos seus operários. Um gesto muito louvável. Uma luta contra o desperdício, de que agora tanto se fala, e nós aceitámo-la de coração aberto pensando compartilhar também com um restaurante social da cidade.

Este não se mostrou interessado por causa da hora tardia a que a comida ficava disponível e não ter ninguém que a fosse buscar.

Fomos nós com os Rapazes, até ver o que resultava.

Sempre nos acolheram com todo o carinho.

Agora, os Rapazes empregaram-se, vários entraram na Autoeuropa ou nas fábricas satélites que fornecem componentes para aquela empresa. Como entram precariamente e desejam emprego fixo, sujeitam-se a todos os pedidos dos seus chefes para que a fabricação seja suficiente e os acessórios não faltem à fábrica mãe. Trabalham por turnos entrando três semanas à meia noite e saindo às 7:30h. da manhã. Outras, das 7:30h. às 15:30h. e outras ainda das 15:30h. à meia-noite. Tornou-se assim impossível cumprirmos o protocolo assinado com esta magnífica empresa e satisfazer os seus anseios de justiça social neste aspecto. A comida estaria disponível após as 21:15h. e eu senti uma violência pedir ao Rapazes um sacrifício destes, quando se tinham de levantar muito cedo para estarem na fábrica às 7:30h. da manhã.

Guardamos uma profunda gratidão e reconhecimento feliz a uma empresa como esta, que procura ajudar os pobres e fugir ao desperdício.

Coelhinhos

O Padre Américo sempre rodeou os Rapazes da natureza viva. Não criou uma Casa do Gaiato na cidade, mas no campo; não só por causa da largueza que os Gaiatos têm necessidade, mas para que eles desfrutem e comunguem com a própria natureza.

É um segredo das Casas do Gaiato que entra no processo educativo como equilíbrio das mazelas da sua infância e não, como alguns julgam, como fonte de rendimento ou de auto-sustentação.

Desde há uns anos a esta parte, deram-nos uns coelhos e a sua criação tem progredido. Agora uma coelha teve 7 pequeninas crias, branquinhas, enroladinhas que parecem flocos de neve. Mamam e comem tenras folhas de couve, alface e mesmo espinafres...

É uma maravilha de beleza que encantam os Rapazes, e as pequeninas visitas que também aqui chegam, para gozar com a vista dos pequeninos e engraçados bichinhos.

Padre Acílio