
POBRES
Trouxe consigo, no carrinho, o seu bebé. Fora apanhada de surpresa pela necessidade de abandonar a sua habitação alugada. As condições em que estava não evitavam que tivesse de sair.
Muitas pessoas pensam que as casas do Património dos Pobres são nossa propriedade, pois são por muitos chamadas de "casas dos Gaiatos". Sendo a origem deste movimento, que construiu e ajudou a construir centenas ou milhares de casas por todo o Portugal, Pai Américo achou por bem, e em boa hora o pensou, que as mesmas casas deveriam ser propriedade da Igreja nas respectivas paróquias. Delas os Pobres eram usufrutuários, não pagando renda. Ficando vagas, passariam a ser habitadas por outros Pobres em necessidade.
Voltando à senhora que nos vinha pedir se tínhamos uma casa que lhe pudéssemos ceder, depois de algumas palavras sobre a sua situação familiar, para nós pensamos que, se não tínhamos o que ela procurava, haveríamos de encontrar uma solução, ainda que provisória, para que não tivessem de ficar na rua. O bebé, de poucos meses, era o primeiro a impor-nos essa necessidade. Ficando agora nós na retaguarda, vamos, entretanto, deixá-la dar os passos que entenda serem os melhores para eles. No entanto sabe que, com algumas limitações, pode contar connosco.
Agora uma palavra referente às vossas ofertas para os Pobres de quem vamos falando e outros que acolhemos necessitados de ajuda. Não temos publicado as partilhas que nos são enviadas, a Eles destinadas. Não fazemos contas, à maneira de Pai Américo, mas a cada Amigo dos Pobres, como as formalidades legais exigem, vamos dando conta, a cada um, das suas ofertas.
Padre Júlio