O GAIATO digital
"O CALVÁRIO é um lugar de vida... E vida consciente... Vida a respeitar "
Edição de 8 de Dezembro de 2018 : Ano LXXV : n.º 1950
«Chegou a hora de dar notícia de uma Obra que há muito trazemos no peito, a saber: um abrigo onde possam morrer cristamente legiões de inválidos sem morada certa. Vai-se-lhe dar o nome de Calvário. O Calvário! É um nome tirado do Evangelho. É o resumo de toda a economia da Redenção. Fazem hoje falta no mundo estes nomes, estas ideias, estas Obras humanas de sabor divino. Um lugar onde cada padecente leve, sim, mas não arraste a sua cruz dolorosa. Na verdade, todos compreendemos que se ele é difícil ao incurável não ter onde viva, quanto mais desesperado não ter sítio onde morrer?!»
PAI AMÉRICO - in O Calvário, 1.° vol.
O nosso Calvário
Inquietação
«Caros amigos. Dou comigo a pensar: "Que posso eu fazer?"
A minha indignação foi tal, quando ontem li "O Gaiato", que num grupo de oração em que participo, nas terças-feiras ao fim da tarde, não poucas vezes me enganei e me distraí, absorvido na contemplação de tal injustiça.
E os poderes de cima estão calados?
Sabem eles que "as periferias" de que fala o nosso Papa Francisco, estão ali, ao pé da porta?
Venho perguntar onde poderia adquirir, em Lisboa, ou em Coimbra, uns 20 exemplares deste número 1949 para dar a alguns amigos.
Não é para fazer dele um "Manifesto", é para que vejam que o mundo em que vivem, não é o que é mostrado pela televisão.
Assinante 6887
DA NOSSA VIDA
«… No Calvário há vida e interesse pela vida, mas também uma clara consciência dos limites humanos e da finitude desta passagem terrena, limitada no tempo. Apesar disso, não se cai no vazio de uma vida sem sentido, antes pelo contrário, tudo o que se vive e partilha é consolo e fonte de ânimo para o mútuo serviço em comunidade. Todos são irmãos. Todos são iguais.
Por isto mesmo, que também se vive nas Casas do Gaiato, causa-me estranheza que haja quem pense ser retrógrada ou anacrónica esta maneira de viver…»
Padre Júlio
VINDE VER!
A Caridade em acção
«… Aquele que vier pedir razão da nossa existência, trazendo o uniforme da fiscalização, observe antes à sua volta e descalce as sandálias, porque o terreno que pisa é testemunha do milagre da vida que todos os dias é operado por Deus a estes filhos que nos mandou cuidar. Um dia pedirá contas desta administração, por isso os fazedores de leis não devem impor barreira aos fazedores da caridade. Esta última liberta e salva a outra escraviza e desumaniza, até mesmos os serviços sociais. Nas Casas do Gaiato alimentam-se os rapazes com as boas acções. Somos uma Obra que concorre para o bem comum…»
Padre Quim
PÃO DE VIDA
Gratidão à Mealhada
«… Entre todos nós, Obra da Rua e seus amigos, o ambiente e o sentimento geral tem sido de profunda dor, depois do sucedido no Calvário, em 7 de Novembro, com a retirada ostensiva de doentes frágeis do seu lugar de acolhimento e repouso (onde viviam como família cristã, de irmãos amigos e laboriosos, com alegria e esperança, qual colmeia feliz), sendo assim separados contra a sua vontade. A propósito, por estes dias, no Relatório sobre a Liberdade Religiosa no mundo, entre Junho de 2016 e Junho de 2018, estima-se que mais de 300 milhões de cristãos vivem em países onde a liberdade religiosa não é respeitada e assegura que 61% da população mundial encontra-se a viver em países onde a liberdade religiosa não é respeitada…»
Padre Manuel Mendes
PATRIMÓNIO DOS POBRES
«… Parece impossível, em Portugal e na Europa, haver crianças a crescer na mais repugnante marginalidade. Os pais acampam debaixo de tendas, armadas sob as árvores e, normalmente, escondidas das autoridades, sem eira nem beira. Deslocam-se em carroças ou carros velhos, onde nas noites frias do inverno se abrigam em montões, como os nossos suínos no curral, uns sobre os outros aquecendo-se corpo a corpo.
Eu entendo que é difícil recuperar os adultos, mas... as crianças... meu Deus!…»
Padre Acílio
BENGUELA
Tenhamos coragem...
«… A nossa Casa do Gaiato de Benguela é testemunha do Amor extraordinário de corações que a amam como um tesouro das suas vidas. Há corações que partilham seus bens com a nossa Casa do Gaiato. Este amor é tão fecundo que não seria possível mantermos o trabalho e o dom da nossa vida aos filhos abandonados. Vivemos, sem dúvida, num ambiente social desta nossa querida Angola, em que a miséria e a pobreza não permitem o egoísmo nas nossas vidas. Deixemo-nos interpelar por esta pergunta: Estamos, na verdade, a fazer o que podemos para ajudar a curar, com o remédio da nossa ajuda, cheia de amor, este mal terrível da miséria e pobreza extrema? Tenhamos coragem e não medo…»
Padre Manuel António
ERA O ANO I, N.º 21
Peditórios
«… A Obra da Rua é cem por cento uma obra da Igreja. Se não mostra no rosto a clássica legenda - com aprovação eclesiástica isso nada quer dizer. O espírito é que vivifica; a letra não conta.
O Senhor Bispo do Porto, sabe tudo quanto eu faço, aonde e como. Sabe-o por mim mesmo; alguma coisa que tem sabido por outros (e tem sabido) são fraquezas dos homens.
Ai da obra, se não fosse da Igreja! Ai de mim, se eu não fosse da Igreja!
Que podia eu sem Ela? E que não posso eu com Ela?
Mesmo que eu fosse sequestrado, reduzido a silêncio, posto a tormentos; - todo o mal que o homem pode e sabe fazer. Que importa? Sendo da Igreja não estou nunca sozinho…»
Pai Américo
BEIRE
Isso de "Segurança Social"…
«… Cometido o erro, havia que arranjar uma solução. Porque, já no sábio dizer de Nelson Mandela, uma pessoa não se mede pelos seus êxitos, mas pelas vezes em que cai e volta a levantar-se. Assim, havia que CO+operar. Nem só a Câmara nem só nós. A união faz a força. Sms para trás sms para a frente. Quase o desespero... Mas este adiar de uma solução é por impotência da Lei ou por inoperância de quem deve cuidar de aplicá-la?! Há que parar para discernir. Ver se há que ter serenidade para aceitar algo que não se pode mudar ou se há que ter coragem para mudar, quanto antes, aquilo que foi mal decidido. Sempre se impõe uma boa redecisão logo que se tenha tomado consciência de que a realidade em questão não é como se pensara…»
Um admirador
Pelas CASAS DO GAIATO
SETÚBAL
«… Quantas famílias vêm a nossa Casa com seus filhos ainda pequenos para verem as vaquinhas e os vitelinos, os coelhos e a passarada. É muito raro o fim-de-semana que as visitas infantis não se acerquem de nós, na alegria de presenciarem e tocarem de perto os nossos animais!
Fomos, há dias, buscar um carneiro e uma ovelha a casa de uns amigos que os não podiam cuidar, por ele ter sofrido um AVC muito forte que o derrubou completamente…»
Padre Acílio
CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA
Faleceu o Serafim "Palhaço"
«Na noite de 30 de Outubro para 1 de Novembro, faleceu o Serafim Ferreira, mais conhecido por aqui como Serafim "Palhaço". O Serafim veio para Paço de Sousa para ingressar como rapaz da Casa do Gaiato. Nunca se lhe conheceu família, a não ser a vaga referência dele a uma irmã que dizia viver num bairro do Porto, mas de que não temos nenhuma notícia de contactar com ela. …»
Américo Mendes
LAR DO PORTO
«… Onde está o teu tesouro, aí está o teu coração. Que é o homem senão cumulação dos frutos do seu trabalho? Cada um recolhe o que tiver semeado: conforme o trabalho assim será o proveito; e onde se concentra a alegria do êxito aí se aprende a solicitude do coração. Mas como há muitas espécies de riqueza e diversas causas de alegria, o tesouro de cada um é a satisfação do próprio desejo, e se este limita aos bens terrenos, tal satisfação não pode trazer a felicidade mas a infelicidade…»
Casal vicentino
ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS GAIATOS E FAMILIARES DO NORTE
«… A AAGFN vai realizar o seu jantar de Natal no próximo dia 15 de Dezembro, pelas 19:30 horas, no mesmo restaurante do ano passado, a dois passinhos de Paço de Sousa, bem pertinho do Centro Paroquial de Irivo. O convite que fazemos bem a tempo para que compareçam os Antigos Gaiatos, seus Familiares e Amigos, que nesta ocasião festiva do nascimento de Jesus, fazem sempre por se encontrar e partilhar momentos alegres de fraternidade. Manda a tradição que o prato do bacalhau seja rei incontestado e seremos bem servidos e ao agrado de todos…»
Elísio Humberto