O GAIATO digital
* Também na varanda da casa-mãe Pai Américo rezava a sua vida *
Edição de 18 de Agosto de 2018: Ano LXXV : n.º 1942
ERA O ANO I, N.º 13
De como se procedeu ao lançamento da primeira pedra da capela da nossa Aldeia
«… O Mestre de obras é chamado para indicar a pedra. O sol é temperado; o dia alegre. A multidão dos pequeninos Párias sabe e sente que vai ser resgatada pela Cruz. É chamado o Sérgio, o Maior da Casa de Paço de Sousa. É chamado o Zé Maria, o ex-larápio de carteiras!, que traz procuração e representa o Maior da Casa de Miranda. É chamado o Herlander, o Maior do Lar do ex-Pupilo dos Reformatórios de Coimbra. São chamados os grandes da Nação, a esperança de um Portugal melhor!…»
PaI Américo
MALANJE
«… Tio Capuchinho foi catequista geral durante muitos anos, e só deixou de exercer, faz uns anos, quando se separou da sua esposa e teve alguns problemas de saúde. Ainda recordo que no ano passado, me disseram que estava muito doente na sua aldeia. Fui buscá-lo no carro e tivemo-lo em Casa até recuperar a saúde. Todos os Domingos, vinha à Casa do Gaiato para receber alguma comida, e quando me encontrava, sempre me cantava uma canção da Missa em Kimbundo (idioma tradicional) e depois uma história do tempo colonial…»
Padre Rafael
DA NOSSA VIDA
A nossa Capela
«… Era o início de um acontecimento sui generis na sua vida, concretizado menos de dois anos depois do lançamento da primeira pedra. Certamente, o de maior destaque no íntimo e nas realizações impulsionadas por si. Nesta obra, projectava o dinamismo espiritual que o conduzia, o especial lugar de encontro com o Mestre: «Eu construí a Capela para mim, para mim, três vezes para mim. Suspirei por este dia. Esperei com violência. Hoje é a posse plena. A minha vida é volúpia. Ninguém faz ideia do que seja o sentir (compreender, não) na alma a presença real do Mestre, inefável Mistério a que os crentes chamam o Santíssimo Sacramento; ninguém»…»
Padre Júlio
PÃO DE VIDA
Casa do Gaiato do Porto
«… Para que não subsistam equívocos sobre a autoridade legítima do Orientador da Obra da Rua depois da morte de Padre Américo, em 16 de Julho de 1956, segue-se um breve esclarecimento em rodapé. Nesta matéria dolorosa, tivemos em mãos uma carta (confidencial) do Padre Américo, de 3 de Julho de 1956, enviada de Paço de Sousa e dirigida ao seu Bispo de Coimbra, D. Ernesto Sena de Oliveira, sobre uma suposta vidente, dizendo: ateimamos que isso pertence à Hierarquia. Não temos nada com o caso. [...] "Ou, ou". Isto referente ao Padre Adriano Antunes († 23-XI-1983). Com o Padre Elias, depois, vincularam-se à Pia União dos Apóstolos da Rua, com sede na Casa do Gaiato das Capelas, na ilha de S. Miguel, nos Açores, desligados da Obra da Rua ou Obra do Padre Américo. Assim, treze dias antes do seu passamento, por essa saída, no zelo da ortodoxia da fé cristã, o Padre Américo foi impelido a escrever: Deus supre…»
Padre Manuel Mendes
BENGUELA
Estímulos preciosos
«… Aguardavam, como muitos outros, a oportunidade do emprego. Ao fim de bastante tempo de espera, chegou a hora de serem atendidos. Seguiram para a cidade do Huambo, para fazerem uma preparação específica para o desempenho das funções que lhes serão atribuídas, dentro da empresa. Foi, sem dúvida, um momento feliz para os mesmos e para toda a comunidade. Oxalá tenham um bom comportamento…»
Padre Manuel António
PATRIMÓNIO DOS POBRES
«… A seguir à Janete, posta fora de casa com os seus seis filhos, sem qualquer saída que não fosse a rua, apareceu-me outra pobre viúva, ainda nova, com dois filhos, sofrendo o mais novo de doença crónica, também posta na rua, por ocupar uma casa que não lhe pertencia. A desgraçada viúva veio aqui pedir por tudo que lhe valesse. Durante quinze dias não saía desta casa, a chorar a sua desdita…»
Padre Acílio
BEIRE
No rescaldo dos 130 anos de Pai Américo
«… Dar MAIS VIDA à vida ainda viva de Pai Américo... Gosto de pensar estas vidas seminais como vidas/semente que é preciso cultivar. Sinto-o particularmente pela experiência que estou a viver. Depois daquele desafio de P.e Júlio e P.e Baptista, vim para aqui, a tempo inteiro, para colmatar a falta de P.e Baptista. Porque a semente já estava lá. Faltava-lhe era aquele culto, aquele cultivo e aquela cultura a que agora sou urgido. E, assim, nos meus tempos de ser, tempos de deserto e/ou reflexão/meditação (em silêncio e quietude, como Jesus gostava), às vezes dou comigo a sonhar um livro-audio, com uma antologia de frases chave no pensamento de Pai Américo. Devidamente numeradas, organizadas e arrumadas por temáticas. Com um índice remissivo. Talvez tipo Caminho, de José Maria Escrivá — um livro já 510 vezes reeditado , com uma tiragem global de 5 000 000 de exemplares. Traduzido em mais de 50 idiomas diferentes…»
Um admirador
Pelas CASAS DO GAIATO
MIRANDA DO CORVO
Baptismos e Primeira Comunhão
«… foi a procissão de entrada, com vários sinais, como a Cruz, as velas e as toalhas de Baptismo, e oferendas para a Eucaristia. Seguiu-se a escuta da Palavra de Deus, cujas leituras e a oração dos fiéis foram lidas por: Crino e Mário; Norberto e Marcelino (acólito). Um momento muito importante foi a celebração do Baptismo, na pia baptismal, cujos nomes dos rapazes são: Adalberto, Paulo Augusto, Adimir, Anelca, Crino, Fábio, Maio Mário, Marcelino, Norberto, Neio. Continuou a celebração com a liturgia Eucarística, em que comungaram Jesus pela primeira vez, no altar do Senhor. Também se consagraram a Nossa Senhora. Em todos os rostos estava a alegria, dos baptizados e que fizerem a Primeira Comunhão, bem como em toda a assembleia…»
Rapazes de Miranda
CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA
Prestação de contas
«… Para começar, duas observações sobre este saldo positivo. Uma é que ele se ficou a dever muito aos "outros donativos" no valor de 6021,16 euros, nos quais se incluem dois de valor avultado (5000 euros e 700 euros) e de carácter extraordinário. O donativo de 5000 euros veio de uma pessoa sem família que nos confiou este valor por achar que assim está em boas mãos, mas que pode vir a precisar de todo, ou de parte desse dinheiro se alguma emergência lhe acontecer. O donativo de 700 euros apareceu na nossa caixa do correio, deixado por um anónimo, que presumimos quem seja, e que, assim, entendeu agradecer a Deus por alguma intenção especial…»
Américo Mendes
ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS GAIATOS E FAMILIARES DE ÁFRICA
O nosso encontro este ano vai ser feito na nossa casa de praia de Azurara nos dias 1 e 2 de Setembro.
Estamos a ficar todos mais maduros, com os anos a passarem, mas sempre com espírito jovem. Espera-se que este ano o nosso encontro, mais uma vez, sirva para alimentar e saciar a amizade, convivida em anos passados em comunidade nas nossas Casas de África.
Se passaste por alguma destas nossas Casas, aparece para conviver umas boas horas connosco. És sempre bem-vindo. Basta que telefones para o Quim Vieira, 967661608 - para saber quantos somos - e traz a toalha para um mergulho no mar.
João Evangelista
NOVO LIVRO
A Associação dos Antigos Gaiatos e Familiares do Norte acaba de lançar o livro Esses caminhos que andamos... Do seu Prefácio reproduzimos o seguinte parágrafo.
«Todas as palavras contidas neste volume, que agora é dado à estampa, devem ter significado e efeito reprodutor de um bem recebido; devem ser pesadas à luz do momento histórico em que foram vividas; devem ser expressão da verdade da vida que se viveu e, se necessário, do perdão que se dá fraternalmente. Não haverá ninguém tão santo que não precise de ser perdoado, nem haja ninguém tão empedernido que não perdoe nem queira ser perdoado. Na realização do filme da vida de cada um há tempo para perdoar e ser perdoado, é necessário que esses acontecimentos fiquem registados no filme.»