O GAIATO digital

* O antigo espigueiro é desde há 60 anos Lugar do Pão da Vida no Calvário *

Edição de 23 de Junho de 2018 : Ano LXXV : n.º 1938

DA NOSSA VIDA

Pela intuição

«… Podemos então dizer que o corpo e a alma, as obras e o espírito, o viver e o morrer estão em sintonia, justificando-se e validando-se mutuamente. Daqui nasce a intuição que conduz a vida derramada na Obra da Rua, «com a intenção de que o mundo veja e glorifique o Pai Celeste» (n.° 66). Reflectido em quem? «A Obra da Rua é uma correspondência à fome e sede de Justiça de tantos de quem os "padres da rua" comungam a dor. (n.°69) «Deus quer que pela nossa oração e acção se indique ao mundo o caminho da Verdade.» (n.° 70)…»

Padre Júlio


PÃO DE VIDA

Ainda no Mosteiro

«… — Padre Américo, mas que aconteceu?... — ... Nada. Eu pedi Paço de Sousa para realizar, na Cerca do Mosteiro, aquilo que Deus me inspirou. Afinal há tantas opiniões e decerto boas — pois realizem-nas. E fez menção de descer. O Senhor Russel de Sousa (foi ele o autor deste relato), porém, não desanimou e conseguiu fazê-lo voltar à sala: — Tudo se explica. Vai ver que todos entendem. E, na verdade, tudo se explicou e todos entenderam. Um acontecimento que poderia ter tido por leitura: um acto de má educação; e todos acolheram como gesto profético…»

Padre Manuel Mendes


BENGUELA

A Caridade…

«… No passado dia 9 de Junho, o novo Bispo da Diocese de Benguela — D. António Francisco Jaca — chegou à cidade de Benguela. Estes últimos dias têm sido marcados por encontros especiais. Conhece a nossa Casa do Gaiato de Malanje, pois é natural daquela região. Tivemos, há momentos, um encontro e, com muita alegria, falou da sua relação com o nosso querido Padre Telmo, o fundador da nossa Casa do Gaiato de Malanje. Virá visitar, em breve, a nossa Casa do Gaiato de Benguela. Foi uma presença que, nestes dias, gerou muito movimento e concentração do nosso povo e autoridades…»

Padre Manuel António


PATRIMÓNIO DOS POBRES

«… A pobreza tem remédio, a gente dá uma ajuda e as vítimas, a pouco-e-pouco, vão-se levantando. A pobreza tem dignidade, a miséria não.

Acode-se uma vez, auxilia-se duas ou três e não saímos da cepa torta, como diz o nosso povo. Os miseráveis têm horror ao trabalho, habituam-se a pedir, tomam hábitos de burguesia e, embora de forma ridícula, apresentam-se e gostam do imaginário como os burgueses, com brincos, tatuagens, cabelos coloridos, piercings, etc.!…»

Padre Acílio

ERA O ANO I, N.º 9


O Júlio foi um dos vendedores do último número de «O Gaiato» no Porto. Calhou pedir na zona de Santa Catarina, onde eu me ocupava a fazer o mesmo, dentro da Capela das Almas. Eis como ele tira o retrato ao episódio que narra:

Foi esta comovida cena, que se passou, junto à porta da Igreja das Almas, mesmo na altura que o Sr. Padre Américo tinha acabado de falar, ao povo fiel e amigo da «Casa do Gaiato». À saída daquela missa, uma mulher, comovida e com lágrimas a saírem-lhe dos olhos, aproximou-se de mim, e disse-me: toma lá 2$50, para a ajuda das vossas casas, estive a ver se podia meter na sacola do Sr. Padre Américo, mas não chegou ao pé de mim, por isso dou-o a ti, que tanto me faz, e diz lá ao Sr. Padre, que não posso dar mais porque sou uma mulher, que ganho pouco e sou muito pobre. Esta quantia de dinheiro, dada por aquela mulherzita, vale uma fortuna, só por ser uma mulher que não tem meios, e que o ganha com o suor do seu rosto. Estas lições estão-se constantemente a dar, porque essas pessoas comovem-se de ouvir falar, da vida dos RAPAZES DA RUA, que agora são rapazes da sociedade. Por isso reparem como essas cenas são de imitar, uma pobre dar aos pobres.

O Júlio é muito observador e narra com entusiasmo. Quando regressam da venda e procuram falar todos à uma, é sempre o Júlio que leva a camisola amarela.

— Quando entram nas igrejas, não compram. Mas à saída, todos querem. Vêm tocados e arrependidos — diz ele!

PAI AMÉRICO

SINAIS

«… Ao recordar o nosso Padre Fernando Fontoura, penso na atitude de Pedro: O Senhor chamou-o. Ele encostou ao lado as redes que lhe tinham dado tantas alegrias, sacudiu a túnica, pôs os pés em terra e seguiu Jesus. Tudo pelo poder maravilhoso daquele - Vem...

O mesmo com o Padre Fernando: O lago em Bragança, redes de vários tamanhos, arrumou-os todos - um beijinho à Mãe - e veio…»

Padre Telmo


PENSAMENTO

Gozai a vida assim, na Cruz que Deus, num pensamento de amor, escolhe a cada um de nós e depois, mesmo com a Cruz e até por causa dela, — que graça não tem o quebrar dos montes, o cantar dos passarinhos, o reluzir das estrelas mai-los cravos que nos ferem.

Pão dos Pobres, 1.º vol., p 62.

Pelas CASAS DO GAIATO

SETÚBAL

Actividades agrícolas

«… Plantou-se muita cebola que foi semeada à máquina em paletes de esferovite e criada nas estufas das nossas amigas alfaceiras, senhoras D. Lurdes e D. Anunciação das Pontes.

A horta tem sempre couves conforme a época e durante todo ano, beterraba vermelha para a nossa mesa. O mesmo acontece com a beterraba selvagem para alimentar os nossos porcos de forma biológica.

Já colhemos ainda em Março as primeiras batatas, em Abril as segundas e brevemente arrancaremos o batatal maior…»

Padre Acílio


BEIRE

Flashs do nosso quotidiano

«…— (...) Deixa lá. Já passou. Dá um abraço... No fim do jantar, o Sem Nome vem para a minha beira a fazer queixas. Vejo que está enervadíssimo, muito revoltado. Porque fala depressa e atabalhoadamente, tenho muita dificuldade em perceber o que está para ali a taramelar. Entretanto, chega também o Carocha. Pois. Já sei o que se passou. Os dois são do grupo da erva e vacaria. E aconteceu o que muitas vezes acontece — Sem nome é certinho no estar no seu lugar às horas de trabalho e cumpre fielmente. Mas o Carocha não é assim…»

Um admirador


MIRANDA DO CORVO

Agropecuária — Escolas — Visitantes e Partilha

75 anos da Casa do Gaiato de Paço de Sousa

Rapazes de Miranda


CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA

«SE A VOSSA JUSTIÇA NÃO SUPERAR A DOS ESCRIBAS E FARISEUS, NÃO ENTRAREIS NO REINO DOS CÉUS.» (Mt, 5:20)

«... Muitas vezes temos tendência a cair numa de duas situações. Uma é esta de definirmos normas, ou esperarmos que alguém as defina e acharmos que o seu cumprimento formal basta. As normas justas são precisas, o seu cumprimento é preciso, mas para haver justiça neste mundo é preciso bem mais do que isso. Amar ao próximo como a nós mesmos e a Deus sobre todas as coisas é bem mais do que nos atermos à definição e ao cumprimento formal de normas…»

Américo Mendes


ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS GAIATOS E FAMILIARES DO NORTE

Comemoração dos 75 Anos da Casa do Gaiato de Paço do Sousa

Livro "Esses caminhos que andamos" já está no prelo

Elísio Humberto


75 ANOS DA CASA DO GAIATO DE PAÇO DE SOUSA


Por não ter jeito para falar em público, passei ao papel, apenas duas palavras a dizer dos 75 anos desta Casa do Gaiato de Paço de Sousa (Maio de 1943). Um pouco mais tarde entrei eu. Foi em Agosto de 1944.

Um dia de anos é sempre de festa. Pai Américo estará jubiloso e contente, pois que por esta Casa passaram já mais de um milhar de rapazes. Hoje, homens integrados na sociedade, dando boa conta de suas vidas!...

Com 74 anos de gaiato e 89 de vida, verifico que nunca se consegue dizer tudo, mas apenas alguma coisa do que se viveu nestes 74 anos!!

Por tudo, obrigado meu Deus e obrigado Pai Américo.

Nota: Este rascunho era para ser lido na Festa dos 75 anos da Casa do Gaiato de Paço de Sousa. Não o foi por lapso meu. Desculpem. Mas o reconhecimento da Obra foi feito num pequeno improviso.

Manuel Pinto

A nossa equipa de Futsal, equipada de branco, vencedora do Torneio Triangular em Penafiel

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