MOÇAMBIQUE

Eis-me aqui!…

Os insondáveis caminhos que Deus coloca no horizonte da vida de cada um, são sempre uma proposta, que requerem uma resposta circunstanciada ao momento e às "necessidades" da Igreja e suas obras. Para uma decisão pessoal, em resposta aos seus "chamamentos", tal como aconteceu na história da caminhada com o seu Povo, a abertura de coração, a disponibilidade de arriscar nessa caminhada, tem quase sempre a mediação de pessoas, pelos quais Deus vai mostrando as suas intenções em relação a cada um dos seus filhos.

Como os caríssimos leitores do nosso "Gaiato" bem sabem, e sendo a primeira vez, gostaria de iniciar esta colaboração no jornal, com algumas bem merecidas palavras de agradecimento pelo acolhimento, pela forma amiga e pela fraternidade sacerdotal com que fui acolhido nesta Obra da Rua, Obra do Pai Américo.

O meu primeiro reconhecimento, além da intervenção solicita do Pai Américo junto do Senhor, vai claramente, e com um sentimento de profunda gratidão, para o P.e Telmo Ferraz. Como é sabido de todos, ele é meu irmão sacerdote, do mesmo presbiterado da Diocese de Bragança-Miranda. Apesar de apenas me ter encontrado com ele, pouquíssimas vezes e de forma breve nas suas passagens pelo Paço Episcopal e Cúria Diocesana, o seu nome era um dos quais logo de início de vida sacerdotal fixei na memória, pois está no nosso anuário diocesano como Padre ao Serviço da Obra da Rua. Porventura foi esse o motivo da "Obra dos Gaiatos" permanecer no meu ideário, até porque os padres mais idosos tinham sempre uma palavra afável quando se referiam ao seu trabalho e da Obra que o tinha perfilhado, sem esquecer a marca que tinha deixado na sua acção pastoral por terras mirandesas.

O P.e Telmo vai desculpar, mas o facto de estar aqui a tentar escrever estas letras é tudo culpa sua... e das palavras de anuência do meu Bispo, D. José Cordeiro, ao qual presto também sincero reconhecimento por esta sua solicitude missionária com a Igreja, libertando um padre do seu presbitério. Deus colocou a Obra e os gaiatos no meu caminho pelo convite que o senhor foi dirigindo em vários "fóruns", e que o Senhor quis fosse acolhido no seio da sua própria família, tornando-nos agora duplamente irmanados, como Sacerdotes de Bragança-Miranda e Padres da Rua! Na sua pessoa, gostaria de manifestar o mesmo sentir para com todos os padres da Obra da Rua, particularmente com os que já tive possibilidade de compartilhar este tempo...

Um cumprimento bem sentido aos gaiatos atuais e "antigos", às Senhoras das nossas Casas, às Irmãs Missionárias Mercedárias de Malanje e demais colaboradores e amigos da Obra que já conheci pessoalmente e em tão pouco tempo da minha presença no seio desta família.

No sentido de completar esta saudação inicial, incluo, igualmente, as palavras de cumprimentos aquando da chegada à Casa do Gaiato de Maputo:

A primeira evocação que gostaria de fazer era acerca da paternidade dos nossos Pais fundadores da Obra que nos antecederam: Pai Américo que esperemos em breve o poder louvar como modelo de Santidade reconhecido pela Igreja, mas que todos nós o devemos ter já presente no coração e como intercessor junto de Deus. E no seu seguimento, recordo o P.e José Maria, o Pai fundador desta nossa Casa do Gaiato de Maputo. Também espero contar com a sua presença espiritual para dar continuidade a esta família na paternidade que nos é solicitada ao Padre dos gaiatos...

Um agradecimento e reconhecimento caloroso bem merecido à "mãe" solícita e generosa que tem sido e decerto continuará a ser a Irmã Quitéria por todo este tempo e vida dedicada a seus filhos nesta família do Gaiato de Moçambique esperando me ajude na minha generosidade com todos vós...

Uma palavra a vós Gaiatos da Casa que tem como lema: Obra de Rapazes, Para Rapazes, Pelos Rapazes... Pois a razão desta família sois cada um dos que aqui viveis como irmãos. Os actuais gaiatos, mas todos os filhos mais velhos da família que aqui encontram e continuarão a encontrar um verdadeiro lar... todos podereis contar com a minha amizade e solicitude de pai/padre da Obra da Rua.

Uma palavra também a todos os colaboradores/amigos e outros membros da Casa que com a sua generosidade e alguns de uma forma totalmente voluntária têm contribuído para a harmonia desta Família...

Ao P.e Rafael, padre da Obra que com a sua disponibilidade tem ajudado a retoma de toda a caminhada familiar nesta Casa, pela sua experiência de paternidade ao serviço na Casa de Malanje. Pessoalmente tenho de agradecer imenso a sua bondade para comigo e o exemplo de Pai e Padre tem manifestado, até pelo facto de aqui estar presente acompanhando-me estes dias, mostrando esta sua solicitude fraterna.

Gostaria de sublinhar que esta presença junto de vós, se deve ao convite feito pelo Padre Telmo Ferraz, fundador da Casa de Malanje em Angola. Pois solicitou ao meu Bispo, na Diocese de Bragança-Miranda, um padre que viesse para a obra e dois anos depois aqui estou... e feliz por sentir uma imensa alegria e satisfação na vossa presença. Gostaria de terminar rezando um Pai Nosso, tendo presente o Pai Américo e Padre José Maria, e uma Avé-Maria a Nossa Senhora e mãe querida no início de mais um mês mariano!

Feliz mês de Maria!

Padre Fernando Fontoura