MALANJE 

    Começaram as chuvas e terminaram cinco meses de seca. Todos os camponeses começam a preparar-se para a campanha agrícola. Ainda assim, teremos de esperar pelo mês de Outubro, para que a terra esteja preparada para receber as sementes e as plantas que nos alimentarão a partir de Janeiro ou o próximo ano... se se tratar de mandioca.

    Em Casa, acelerámos o trabalho para concluir a reabilitação de alguns dos nossos telhados. Já se mudou o do posto de saúde, da casa das Irmãs e da casa 2. E agora queremos concluir o do refeitório. Depois, começaremos a mudar a instalação eléctrica, algumas portas e pintá-las.

    A fundação Manos Unidas financiou a ampliação de cinco salas para alunos e uma de professores. Neste caso, é um projecto de auto-construção onde a Casa do Gaiato, os alunos das escolas e os próprios pais dos alunos, vão contribuir com o seu trabalho para poderem realizá-las.

    A nossa horta, na Carianga, está lindíssima. Temos um hectare de hortaliças, repolho, pimento, tomate, cebola, beterraba, berinjelas... que têm melhorado a nossa alimentação. Também para os nossos trabalhadores. E o que sobra, para vender e pudermos juntar um pouco de dinheiro para continuar com a produção. Este ano, transformámos um contentor num depósito de água e foi-nos possível regar e plantarmos novos projectos, para apoiar os agricultores das nossas aldeias.

    Tudo isto, graças ao empenho dos nossos Gaiatos e a ajuda da nossa Obra da Rua, que nos apoiou economicamente. Dinheiro que vem da generosidade de tantas pessoas que se privam de algumas coisas, para partilhar com os demais. Chegou-nos um e-mail a informar que nos vão chegar alguns materiais num dos contentores da empresa Recauchutagem Nortenha, que sempre está disponível... O sr. Ricardo Rocha, Marco de Canaveses, amigos de Paços de Ferreira, a Câmara de Penafiel... tantos e tantos amigos - que digo família desta Obra dos pobres, para os pobres, pelos pobres. Família daqueles que se fazem um pouco mais pobres para que outros deixem de sê-lo, pelo menos minimizar um pouco esse sofrimento.

Padre Rafael