DO MEU CANTINHO

Descanso

Em dia de prata sem bodas, mas de aniversário, bem temperado pelo cansaço, que o descanso possível não o compensa, deixei-me levar pelo «velhote», estrada fora, que a auto-estrada é para quem tem pressa.

Cheguei. Lá estavam os Rapazes na nossa casa de praia da Azurara, grande, espaçosa, com tudo o que eles precisam para o seu descanso de férias. Ora aqui, o muito espaço é fundamental. Enquanto nós, mais velhos, precisamos de um pequeno cantinho onde o nosso descanso encontre a sua plena realização, eles, os Rapazes, precisam de espaço amplo pois, para eles, descansar é cansar-se.

Em boa hora o nosso carpinteiro foi montar duas balizas no areal da nossa casa, um luxo que ali temos, pois, para haver verdadeiro futebol tem de haver golos, e estes confirmam-se passando a bola os postes da baliza.

A assistir, só eu e mais dois Rapazes, já homens, da nossa Casa do Gaiato de Beire, mais o «Resende» que, assessorando o chefe do grupo em férias, o Joel, não perde pitada do que os Rapazes fazem, ele que também foi nosso Rapaz, e é de há muito pai e avô dos seus. Contar com ele para este serviço aos nossos Rapazes, seus irmãos muito mais novos, é um descanso que usufruo sem prévio cansaço. E gratamente lhe agradeço como à sua dedicadissima esposa Margarida.

Depois do almoço, mais futebol para eles e mais refastelamento para mim. Uma horita e eis de novo o «velhote» comigo na estrada, a caminho de Paço de Sousa pois, depois de pôr mais alguma coisa em dia, chega o momento de celebrar e renovar no altar o dom que há 25 anos, D. João Alves me comunicou pela imposição das suas mãos, para que dispusesse a minha vida para servir a Cristo nos Pobres, enriquecendo-os com a minha pobreza, imitando Cristo Pobre.

Deste modo as bodas ficam, e desejam-se do fundo do coração, adiadas...

Padre júlio