DA NOSSA VIDA
Em Igreja
Somos uma Obra nascida no seio da Igreja, alicerçada nela e desenvolvendo o nosso trabalho em seu nome, participando na sua missão de anunciar a Boa Nova pelo mundo. Por tal motivo, podemos estar em qualquer parte dele, unidos à cabeça que a representa num determinado espaço geográfico — o bispo diocesano.
Assim como Pai Américo nada fazia sem o bispo, nihil sine episcopo, nós em cada tempo e lugar, também. Ainda que nos possamos sentir poucos e sós nas tarefas que nos cabem realizar, de facto não estamos sós: «Eu estarei sempre convosco». Trata-se, por vezes, de algum desamparo humano pela sobrecarga nos trabalhos que temos e dos que o mundo pede sem capacidade para lhes responder. Por isso, vamos e batemos à porta dos nossos bispos e os interpelamos em busca de algum companheiro para estas jornadas.
Tudo o que temos e somos não nos pertence, assim como as realidades em que nos movemos. Somos servos que trabalham em nome do seu Senhor, servos inúteis que só fazem o que deveriam fazer. Os frutos que resultam do trabalho feito não são nossos, não nos apegamos a eles, simplesmente devem ser orientados para que se multipliquem e dêem mais frutos. Apreciamos especialmente os que não são perecíveis, que têm sabor eterno; estes são os preferidos, frutos que transmitem vida aos marginalizados dela.
A certeza de os produzirmos está em permanecermos, como os ramos da videira, unidos à cepa. A garantia humana desta união é dada pela união ao bispo, e, por isso, nada há-de ser feito sem ele.
Na sociedade em que estamos, vive-se da exclusividade das capacidades humanas, da omnipotência do homem fora do qual nada se acredita. Todas as suas decisões são naturalmente boas e intocáveis, justificadas pela sua própria vontade. Nós não pensamos assim...
O princípio e o fim da vida e o que nela se realiza, estão orientados para o Senhor dela, e nela Ele se faz presente e se faz representar; está connosco e se representa nos que envia. Vivemos imersos nesta fé e neste espírito, congregando os nossos esforços em favor da ajuda aos presos ao abandono, incapazes de se libertarem sozinhos das amarras que a pobreza e o abandono tecem.
O «ande lá», do seu bispo, a Pai Américo, foi alento e sopro que lhe afastou incertezas e vanglórias. Ontem como hoje, é palavra que não resolve dificuldades nem aplana os caminhos, mas é luz que se acende e mostra o caminho por onde seguir. O esforço no andar é nosso, mas a palavra e a presença do bispo confirma e manifesta o seu valor.
Padre Júlio