DA NOSSA VIDA
Desde há 62 anos
A 16 de Julho de 1956, 16 anos depois de ter lançado os primeiros alicerces estruturais da Obra da Rua, em terras de Miranda do Corvo, Pai Américo partia e deixava a três Padres da Rua a missão de continuarem a anunciar aos Pobres, por palavras e por obras, que há razões para que a esperança não morra na pobreza das coisas visíveis, mas se dilate para além delas. Que no visível se manifeste o invisível, aí esteve a fonte das alegrias de Pai Américo e a razão da sua palavra para o seu novo estado de vida: «A minha obra começa quando eu morrer».
É assim que, passados 7 anos, já com mais cinco novos Padres da Rua, a Obra nasce em terras de Angola — Malanje e Benguela, mostrando que no seu ser está o carisma missionário que, depois de mais 4 anos transcorridos, germina nova Casa do Gaiato, em terras de Moçambique.
Nos anos que intervalam até ao presente, outras possibilidades de novas Casas, fora de Portugal, se apresentaram, que, apesar de não se concretizarem, se mantém vivo o ideal de servir os Pobres, onde quer que estejam.
Passaram-se 62 anos; muitas outras vidas se juntaram a Pai Américo no seio de Deus, que é a fonte e a sede da Vida: Padres, Senhoras, Rapazes, Amigos, Benfeitores, como estrelas iluminando a noite das coisas visíveis, são a constelação que admiramos e que ajuda a nortear os nossos passos.
É neste lusco-fusco que a Obra da Rua vai desenvolvendo a sua missão, conduzida por Aquele que é o seu alicerce desde o princípio, o Santíssimo Nome de Jesus, a sua luz e força pelos tempos fora.
Não é por demais salientar estas realidades que estão na base da vida de Pai Américo e na Obra que construiu, e as consequências que ambas tiveram na vida de tantos e tantas para quem foram importantes, que são e continuarão a ser parte constituinte de muitas outras vidas.
No dia de hoje está presente o ontem, com todo o seu espólio e pujança, e a semente do dia de amanhã, que irá gerando frutos pela nossa disponibilidade. Esta é o grão de trigo que, lançado à terra, morre para dar muito fruto. Esta é a grandeza que podemos acrescentar aos dons que recebemos, a nossa parte de mérito.
No 16 de Julho de todos os anos, como que se faz a colecta dos tempos idos e se lembram os acontecimentos mais marcantes da nossa Obra. Outros grandes e significativos virão, confirmando que a grandeza das coisas vivas está no morrer por causa delas.
Padre Júlio