Setúbal

Piscina

As férias grandes trazem-nos, com o calor e bom tempo, a piscina e a praia.

Mesmo com o trabalho das colheitas e a sacha das sementeiras e plantações, o dia traz sempre uma hora, ou mais, para os rapazes gozarem a piscina.

A desconcentração que a água proporciona, o deleite de mergulhar e competir, nadando uns com os outros, a alegria e os gritos de júbilo que a juventude deles exala, dão à piscina um valor apreciável para todos e até para mim, que raramente gozo um divertimento destes.

Se o calor aperta, em certas ocasiões, os rapazes usam a piscina duas vezes por dia: antes do almoço e, à tarde, antes do jantar.

Do lugar onde te escrevo, oiço a algazarra da malta, a delirar de contentamento e eu, delicio-me com eles.

A piscina tem despesa com manutenção, mas compensa com o bem-estar proporcionado à rapaziada.

O comprimento de 25 metros, a largura de 11 metros e a profundidade, na fossa de saltos, de três metros, confere-lhe uma qualidade única, por ser particular.

Com o campo de futebol, o pavilhão, a pista e o jardim com as suas veredas e avenidas para as bicicletas, formam um conjunto de atracções contínuas para o desenvolvimento físico e psíquico dos rapazes.

A praia

No princípio de Julho, começou a praia para um grupo que se instalou na Arrábida, no nosso lar de férias, num dos mais belos recantos do mundo - dizem os conhecedores do globo e desta magnífica Serra.

Com a estadia do Octávio e da Mafalda, aquela casa tomou um aspecto ajardinado e belo, muito parecido com o palácio dos grandes senhores. O alto e comprido muro da esplanada, está coberto de trepadeiras verdes, de vários tons e flores de todas as cores; coroado de plantas em vasos pendurados e encimados de alegretes graciosos em concordância com as buganvílias de roxo vivo que dão sombra aos que se acolhem, recriam e descansam, na ampla e comprida esplanada, que se transforma sempre em apetecida sala de estar ou de comer.

A casa dispõe ainda de um pequeno campo de futebol, onde os gaiatos jogam, quando não vão à praia e, ao fim-de-semana, serve de estacionamento para uns quarenta veículos que trazem as pessoas ao Portinho da Arrábida.

Um cartaz ilustra: Estacione aqui e ajude a Casa do Gaiato.

Os rapazes dispõem de uma canoa de fibra e dois pequenos barcos para se divertirem e vaguearem junto à praia no manso e límpido Oceano.

Quem chefia é o Milton. Com dezoito anos, este rapaz, pelas provas dadas, manifestou maturidade suficiente para tomar conta dos seus irmãos, fora da minha alçada.

Acompanham-nos também um casal de gaiatos, o qual durante o ano dá, a alguns deles, ensino de catequese e a todos, manifestações de afecto e carinho.

Apesar da excelência das instalações, os rapazes não se alojam no "hotel". Não. Ajudam, à vez, na cozinha, na copa, na limpeza do refeitório e da esplanada e no serviço das mesas.

Mesmo em férias, continuamos a cumprir as regras da Casa do Gaiato para nos habituarmos a viver em férias. Raramente, algum rapaz, terá capacidade económica, no futuro, para se vir instalar em férias, num hotel.

Ao Domingo, às 19 horas, vou lá celebrar com eles a Santa Missa. O ano passado, muita gente cristã aproveitou esta oportunidade para connosco louvar o senhor, ouvir a Sua Palavra e rezar com os gaiatos.

O grupo que está neste mês aguentará no mês de Agosto as tarefas da Casa e do gado, enquanto os que agora trabalham ou estudam, gozarão o seu descanso no próximo mês de Agosto.

Padre Acílio