Benguela
Pai Américo deixou-nos o Amor que consumiu o seu coração...
Celebrámos, há oito dias, a Festa da Obra da Rua e de Pai Américo. No dia 16 de Julho de 1956, há 61 anos, Pai Américo partiu para o Céu. Deixou-nos o Amor que consumiu o seu coração, ao serviço dos Pobres, dos Filhos abandonados. A propósito, podemos citar, neste momento, a Palavra de Deus que está diante dos meus olhos: "O Amor é forte como a morte e a paixão é violenta como o abismo. É uma chama ardente, um fogo divino. As águas torrenciais não conseguem apagar o Amor, nem os rios o podem submergir". Pai Américo viveu a verdade contida neste tesouro divino. A sua vida, após a sua entrega pessoal ao chamamento de Deus no sacerdócio, não teve outro exercício senão derramar amor, confiança e ajuda, sem nunca desanimar. É um testemunho de que as nossas vidas, sem caridade, perdem todo o seu sentido e razão de ser. É, sem dúvida, uma conclusão muito forte. Ajude-nos, porém, a governar a nossa vida, a partir do Amor. É um convite a sermos corajosos, na verdade e na caridade, com a partilha do que somos e temos.
O acontecimento central da celebração festiva, na nossa Casa do Gaiato de Benguela, foi a celebração da Santa Missa. O Sr. D. Óscar Braga, digníssimo Bispo Emérito de Benguela, presidiu à Celebração, como tem sido habitual, ao longo dos anos passados. A sua ligação com a Obra da Rua e Pai Américo vem do seu início, na querida terra de Angola. Quando, há 54 anos, os grupos fundadores das Casas do Gaiato de Malanje e de Benguela saíram de Lisboa, de barco, D. Óscar, ainda estudante no Seminário, foi despedir-se de nós. Quando terminou o seu curso, veio para Malanje, onde os seus pais viviam. Por isso, o seu amor a Pai Américo e à Obra da Rua, em Angola, sobretudo, nasceu e manteve-se muito vivo, desde o princípio. As suas palavras, no momento da celebração, dirigidas à assembleia participante na Eucaristia, foram uma rica oportunidade para apresentar Pai Américo como um foco de luz para conduzir as nossas vidas. O caminho seguro e verdadeiramente fecundo duma vida humana é o caminho que Pai Américo seguiu. O caminho do Amor. Neste dia foi celebrado, também, o aniversário da Ordenação Sacerdotal do nosso querido Padre Quim. Há seis anos, na Diocese de Malanje, recebeu o sacerdócio, no dia 16 de Julho, que está a vivê-lo com dedicação total na nossa Casa do Gaiato de Benguela. E vós, rapazes, se quereis mostrar a vossa gratidão para com Pai Américo, procurai seguir o caminho dum comportamento humano digno que vos faça ser os homens de que a nossa sociedade precisa. Esta celebração foi animada por um grupo maravilhoso de cantoras, debaixo da orientação dum filho mais velho, o Lourinho, com mais de trinta anos, criado nesta nossa Casa do Gaiato de Benguela e a viver num dos bairros da nossa Cidade. Foi uma forma admirável de animar o acto central da nossa Festa.
Seguiram-se outros momentos festivos, animados pelos nossos filhos, desde os mais pequeninos aos mais velhos. O grande e precioso animador foi o Manuel António, chefe maioral da Comunidade. Pôs todo o seu empenho na preparação dos grupos. Dedicou, duma forma incansável, todo o tempo disponível ao desempenho dos números preparados. Estes momentos vividos, desta forma, mostram a eficácia do princípio educativo de Pai Américo para as nossas Casas do Gaiato: Obra de Rapazes, para Rapazes, pelos Rapazes. Desta forma, todo o dia esteve ocupado, duma maneira festiva. Os próprios rapazes sentiram esta realidade.
Um tempo muito importante, que marcou o acontecimento celebrado deste dia, foi o Almoço. A esta hora, juntaram-se, em grande número, os filhos que vivem fora da Casa do Gaiato, acompanhados dalguns amigos. O refeitório transformou-se numa sala, com mesas extraordinárias, espalhadas pelos espaços possíveis. Deram muita alegria as presenças dalguns filhos casados, com suas esposas e filhos. Quero lembrar o Paulo e a Paula. O engenheiro Zacarias e outros. O nosso querido Gabriel enviou-nos a sua lembrança. É uma forma de manifestar a alegria pela sua presença. As cozinheiras Tita e Josefa, ajudadas pelos rapazes, cumpriram muito bem a sua missão. Na cobertura admirável deste acontecimento estiveram a querida Teresa, a mãe desta família especial, e o José Luís, esposo muito querido. Recebam um beijo, como sinal do muito carinho e gratidão. Um beijinho para todos vós que acompanhais a nossa vida, com muito amor, com as vossas ajudas, dos filhos mais pequeninos da nossa e vossa Casa do Gaiato de Benguela.
Padre Manuel António