ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS GAIATOS E FAMILIARES DO NORTE

COMEMORAÇÃO DOS 75 ANOS DA CASA DO GAIATO DE PAÇO DE SOUSA — "A Obra da Rua não é minha; é dos da rua. Obra de Rapazes, para Rapazes, está escrito na bandeira. Se lhe desse outro destino, seria o seu maior inimigo", Pai Américo

Foi com este espírito que a Associação dos Antigos Gaiatos se juntou a tantos que quiseram vir comemorar a Paço de Sousa, o aniversário dos 75 anos da fundação desta Casa, a segunda duma obra arrojada que Pai Américo edificou. Era 31 de Maio e após a recepção com abraços entre todos, o evento iniciou-se com a Eucaristia na nossa Capela, onde para além deste motivo especial de aniversário, teve esta Missa, celebrada pelo Director da Obra da Rua, Padre Júlio e concelebrada pelo Padre Manuel Mendes, outro momento muito especial: um grupo de seis Gaiatos, faziam a 1ª Comunhão e comungavam da Hóstia Consagrada. Que neste Altar consagrem a Deus a sua juventude, adquirem e espalhem a Fé por toda a vida!

A partir das 15.00horas teve lugar no salão de espectáculos um programa deveras alucinante, onde se assistiu à visualização do filme «A Aldeia dos Rapazes da Rua: a obra do Padre Américo, do ano de 1947, em jeito de documentário curta-metragem com 26 minutos de duração, do realizador Adolfo Coelho. Houve muita emoção a ver e foi novidade para quase todos os presentes. Muito boa ideia dos coordenadores do evento. Seguiram-se depoimentos de Padre Júlio, Padre Manuel Mendes e Padre Telmo, para além do Dr. Abel que agora dirige o Calvário de Beire-Paredes. Mas, os Gaiatos que tiveram a hombridade e coragem de dar o seu testemunho, como o Carlos Gonçalves ficou sem fala e em lágrimas, fizeram destes momentos singulares um só "lema", a sua passagem por esta Casa de Paço de Sousa, que levou ao desabafo do nosso querido Padre Telmo, confessando ter sido este dos momentos mais emocionantes que ultimamente viveu.

Animando e embelezando o programa, actuou a Tuna Musical da Associação com singelo reportório e seu "hino" de agradecimento a Pai Américo sempre arrepiante, culminando com a actuação dos actuais Gaiatos numa demonstração espectacular de dança que o Lupricínio vinha ultimamente a preparar. Ouviram-se sempre muitas palmas de agradecimento aos intervenientes. Não tocou a sineta, mas o Padre Júlio encerrou o espectáculo e indicou a todos o caminho do refeitório para degustarmos um agradável lanche, onde a comunidade Gaiata cantou os parabéns à Casa do Gaiato de Paço de Sousa pelos 75 anos de vida, fazendo relembrar aquelas palavras de Pai Américo, quando, naquele tempo, «(...) sem dinheiro, sem equipamentos e sem pedir a opinião de ninguém, meteu mãos à obra e ouviu: - Quê?! Garotos da rua no meio de quintas; eles, o pior do mundo?! O padre está varrido!»

Mas o nosso Pai respondeu-lhes:

« — Sim, estou doido, que o Evangelho é loucura!»

Agradecemos e pedimos-Lhe que interceda por nós a Deus, para que esta Casa e ao contrário do que alguns pretendem, prossiga e prospere no seu caminho, pondo sempre em prática a sua doutrina para sempre: «A Obra da Rua é deles e para eles, os da rua. Dar outro destino é ser inimigo!»

LIVRO "ESSES CAMINHOS QUE ANDAMOS" JÁ ESTÁ NO PRELO — Sou Gaiato, vosso irmão / E respondi ao apelo. / Escrevi com o coração / Para o livro ficar belo!

Recentemente acabamos de entregar o trabalho ao Director da Obra da Rua para o fazer chegar às Escolas Gráficas da nossa Casa, a fim de o comporem em definitivo e o realizarem tipograficamente, para que possamos editar e concretizar (depois da música e da pintura) este sonho da Associação, um livro com poemas e narrativas de "Retalhos de Vida" embelezado com ilustrações, escrito por antigos gaiatos de Paço de Sousa que quiseram aderir. Apelamos aos irmãos da Tipografia que o construam com carinho e temos fé que no dia 22 de Julho, aquando do Encontro/Convívio de aniversário da partida de Pai Américo para o Céu, aí fazermos o lançamento à entrada da nossa Capela, o local mais sagrado.

A Associação quer dizer / A todos (com sinceridade) / Que não quiseram escrever / Que tiveram essa oportunidade!

Até lá, fiquem bem e recebam aquele Abraço.

Elísio Humberto