VINDE VER!
Pai nosso
Deus é Pai! E estou completamente convicto, que com esta certeza firmada no coração humano não haverá quem se sinta tão rejeitado ao ponto de pensar que caminha sozinho errante pelos montes fora. A exclamação posta, quer sobretudo sublinhar que quem chama Pai a Deus enche a sua vida de confiança e sentido de pertença.
Celebramos no dia 16 de Julho a festa da nossa Obra. A festa do nascimento de Pai Américo no Céu. Deus é Pai e grande é a sua paternidade, tão extensiva e abrangente na vida de todos e cada um dos filhos que encontram na Casa do Gaiato uma verdadeira família para conhecer melhor a Deus e aprender a viver no ambiente social. É no clima familiar onde é possível sentir a paternidade de Deus. A Obra da Rua é uma grande família unida onde Deus permitiu ser conhecido através da paternidade exercida pelo Pai Américo, e que hoje se prolonga na figura paterna dos padres que se doam por amor, em beneficio dos mais pobres, sem esperar recompensa alguma.
A primeira quinzena de Julho foi dedica a leitura do Cantinho dos Rapazes, para tornar viva e presente os ensinamentos de Pai Américo. Todas as noites a hora do terço, estando a família reunida para comunicar-se com o Pai do Céu, lia-se um texto para servir de meditação e tomada de consciência sobre os actos de cada um dos membros da família. Ora chamando atenção, ora corrigindo, orientando e sobretudo aconselhando. Foram dias de luz e paz interior! Os chefes uma semana antes do dia de Pai Américo haviam pedido uma reunião extraordinária. O motivo era já conhecido por todos, em Julho qualquer que seja o encontro sempre se fala da Festa da Obra. Julho é Pai Américo! Julho é Obra da Rua! Foram dadas indicações precisas e repartidas as responsabilidades entre todos para uma maior organização da festa. Estando tudo pronto à hora 18 do dia 16 veio o Senhor Bispo da Diocese, Dom António Francisco Jaca a nosso convite, acompanhado pelo seu secretario padre António Toneca para o momento mais sublime da nossa festa. A celebração da Eucaristia. Em comunhão com toda a Igreja era dia da memoria de Nossa Senhora do Carmo. A Mãe que deu à Luz o Redentor da humanidade. Grande dia, grande momento, grande festa. Devido a questão da pandemia da covid-19, passamos a realizar as missas dominicais no nosso salão de festas por ser maior e se poder nele observar o distanciamento de 2 metros entre uma pessoa e a outra. Todos usamos as máscaras. Todos cá em casa cumprimos com as medidas de prevenção. As máscaras foram costuradas na nossa alfaiataria pelos nossos rapazes. O «Toni» fez os desenhos e o «Suculeta» cortou o tecido e fez as costuras. O que um não sabe fazer, deixa o outro fazer e assim de dois mestres nossos nasce uma obra de arte originalmente Made in Gaiato. Os cânticos da missa foram bem executados, tendo o «Bongue» no comando das operações. Ele é o nosso maestro nas cerimónias. O «Dodo» é o acólito reconhecido. Para além de conhecer as alfaias, agora também deve levar consigo até a credência, o frasco de álcool, gel e a máscara.
O «Jesus quer ir para o seminário, quer ser padre da nossa Obra. E em muitos domingos é ele que faz uma das leituras da Missa. Eu também tinha 14 anos quando quis ir para o seminário. E padre Telmo deixou-me ir. Então fui. Nunca deixou de me animar! Foram 10 anos seguidos de preparação. Voltei para a minha Casa. Recebi o diaconado e fiquei em Casa. Deus concedeu-me também a graça do presbiterado. Uma semana depois fui visitar os Padres da Rua em cada uma das Casa do Gaiato. Comecei por visitar Benguela, Maputo, Portugal e voltei para Benguela e hoje estou contigo e com todos os rapazes para vos ajudar. Para apresentar-te ao senhor Bispo e aos superiores do Seminário. Vai Jesus não tenhas medo. Agora é a tua vez. Prepara-te para dar de graça o que de graça recebeste. A conclusão é de Pai Américo: «Trata em tudo e por tudo com o Pai Celeste! Leva na alma a paixão do Evangelho e indica ao mundo a beleza de Cristo, não o cristozinho das horas de piedade - mas Cristo Crucificado». Maravilhoso!
Padre Quim