VINDE VER!

Assegurados

Escrevemos uma carta à segurança social a pedido da mesma Instituição, com o objectivo de juntos darmos resposta à situação dos funcionários que a nossa Casa tem, por necessidade de prestação de alguns serviços de apoio à assistência e educação do rapaz.

Nas oficinas temos os mestres que orientam, apoiam os rapazes na sua preparação para uma integração social condigna no mundo do trabalho.

Na alfaiataria encontra-se outro mestre já com idade de reforma que neste momento aguarda pela solução da carta que foi entregue às entidades acima mencionadas.

Na lavandaria outro grupo de senhoras espera pela sua reforma.

No campo agropecuário é onde se encontra o grupo maioritário. São no total 70 operários neste momento.

A escritura deste ofício deveu-se à necessidade de tentativa de ajuste salarial que segundo o decreto presidencial apontava para 21 mil kwanzas o salário mínimo para o pessoal do campo. E que as empresas deverão não só ajustar este montante como também inscrever todos os funcionários na segurança social.

Foi também realizada no nosso salão uma reunião para dar o ponto de situação a todos os nossos trabalhadores sobre o contexto que estamos a atravessar relativamente à questão financeira.

Foi insistentemente manifestado a todos os operários e também à segurança social a natureza da nossa Casa. Não podemos nunca nos deixar confundir. A confusão é a mãe de todos os caos. A confusão com outras instituições das quais não temos o mesmo objecto social é promotora de perca de identidade. E uma Obra sem identidade dilui-se no contrato social das massas. Evapora-se dia após dia. Disse a todos os envolventes que embora haja uma grande preocupação pela melhoria das condições dos trabalhadores a nível nacional não podemos aceitar o estatuto de empresa. Não produzimos, nem para a nossa auto-subsistência. Continuamos a viver da generosidade dos corações tocados pela caridade. Não temos rendimentos. Não temos lucro. O nosso objecto de trabalho é a acção social vocacionada à pessoa desfavorecida, abandonada à sua triste sorte de não ter nada nem ninguém a seu lado e a seu favor.

Somos parceiros do estado auxiliando-o nas deficiências que apresenta a nível das questões sociais, nomeadamente aquelas que estão de certa maneira ligadas às respostas urgentes a serem dadas ao problema do abandono de menores. Por isso uma carta foi apresentada à segurança social, como Instituição do Estado, que deve auxiliar a nossa Casa na resolução da integração de alguns trabalhadores nossos e de reforma para outros tantos que durante a sua vida ajudaram a assistir e educar gerações de rapazes que hoje contribuem na construção desta Angola nova que se quer para todos. A Casa do Gaiato vem ao longo de quase 60 anos por estas paragens do globo prestando um trabalho maravilhosamente admirável na recuperação do homem angolano. O testemunho vem do povo. Então se não somos empresa, quem somos? A resposta conclusiva vem de Pai Américo:

«SOMOS A FAMÍLIA PARA OS QUE NÃO TÊM FAMÍLIA.»

Padre Quim