Somos todos Irmãos
Este é o nome da Encíclica que o querido Papa Francisco ofereceu a todo o mundo. "Somos todos irmãos". Que o coração de cada um de nós acolha esta verdade sublime como luz para a nossa forma de vida. Pai Américo fundou a Casa do Gaiato como casa de família dos filhos abandonados. O amor apaixonado pelos pobres levou-o a deixar tudo para que não faltasse nada à vida dos mais pobres. Sentiu-se verdadeiramente pai desses filhos. Nesta mensagem está uma fonte de luz que deve iluminar e guiar-nos no caminho da vida de cada um de nós. Só o amor verdadeiro nos leva a descobrir e a viver a verdade que somos todos irmãos. Por isso, nunca devemos fechar o nosso coração quando é necessária a nossa ajuda para socorrer os nossos irmãos mais pobres.
As nossas Casas do Gaiato vivem precisamente do amor que deve encher os nossos corações. Fazer um homem de cada um de seus filhos é uma maravilha. O meu coração fez esta experiência ao longo dos 63 anos de vida ao serviço destes filhos abandonados. A nossa querida Casa do Gaiato de Benguela, em Angola, desde o seu nascimento em 1963, é testemunha do amor extraordinário nos corações mais generosos. Centenas de filhos abandonados, como o lixo nas ruas, fizeram-se homens com dignidade. Ao longo dos 57 anos em que lhe dei a minha vida senti a fecundidade do amor gratuito. A Casa do Gaiato de Benguela continua a ser casa de família dos filhos abandonados. O P.e Quim é, nesta hora, o pai de família daqueles filhos. Foi a herança que lhe deixei, depois dos 57 anos vividos lá, desde a sua fundação.
Somos Todos Irmãos em qualquer parte em que nos encontremos. Tenhamos o nosso coração sempre disponível para ajudar, e em especial, os que mais precisam da nossa ajuda. Temos as nossas Casas do Gaiato que vivem do amor de cada um de nós. O seu ideal é fazer um homem de cada rapaz. Não fechemos os nossos corações aos mais pobres que fazem parte também da nossa história. Sintamo-nos comprometidos em manter viva a sua dignidade. São nossos irmãos. A sua sorte está também nos nossos corações.
Um sector das vidas dos mais pobres que deve tocar os nossos corações é a sua casa de habitação. Quantos vivem indignamente porque lhes falta a sua casa com dignidade. Sejamos sensíveis a este problema social que é muito importante para uma forma de viver com dignidade. A Obra da Rua tem um ramo de vida para esta dimensão. É o Património dos Pobres. Estejamos, pois, muito sensíveis a esta parte da vida dos pobres e de todos os necessitados.
O cuidado da saúde é uma outra dimensão da vida humana que pede muita dedicação. A Obra da Rua tem neste sector um ramo que lhe é muito querido também. É o Calvário. Destina-se aos doentes incuráveis. É, sem dúvida, uma parte muito querida. Também os pobres que estão doentes devem estar presentes no nosso coração.
Tenhamos sempre muito presente, na vida de cada um de nós, a mensagem do Papa Francisco - Somos Todos Irmãos.
Padre Manuel António