
SINAIS
Noventa e oito anos!... Piso folhas caídas, no chão de paralelos. Folhas rendidas, amarelas, submissas. O vento leva-as, rolam. Foram folhas vivas que deram beleza às árvores. Agora vamos varrê-las para dar vista ao chão.
Noventa e oito anos! Resta-me pedir a todos os amigos uma pequena oração. Talvez o Senhor sorria e tenha piedade de mim.
Ainda ando, com a ajuda da bengala. Resido no nosso Calvário, onde todos me acarinham. O Calvário foi o último sonho do nosso Pai Américo: obra para doentes pobres e incuráveis. Todos me querem bem e eu quero bem a todos. O superior – sr. Pe. Alfredo — estraga-me com mimos. Uma maravilha! A minha gratidão.
A maior parte dos meus anos foram em Angola: barragem de Cambambe, Aldeia dos Leprosos e a nossa Casa do Gaiato em Malanje. Um sonho!
Agora, graças a Deus, e só saudades.
Padre Telmo