SINAIS

Está connosco o nosso P.e Rafael para fazer tratamento à perna, ainda magoada pelo acidente. Deu-nos boas notícias de Malanje e das nossas crianças com seus sorrisos abertos. Cada sorriso é um mundo onde brilha uma esperança. Lá ficou o nosso P.e Alfredo, até depois do Natal e no meio de cento e tal rapazes, alimentando e bebendo os seus sorrisos maravilhosos.

O sr. dr. Abel levou-me a visitar os jardins das aldeias, entre Penafiel e Lousada. Aldeias bonitas e um esplendor de jardins. Não vimos pessoas - só um senhor regando uma planta. Crianças? Nem uma. Somente belas casas e jardins cuidados.

Nas nossas Casas do Gaiato, somente meninos de África. Será uma solução a mudança da nossa tenda para África? Vamos pensar.

Há tempos, um telefonema para nós: - Podem admitir um rapaz que está numa família de acolhimento e se meteu na droga? - Antes de entrar na família de acolhimento, nós tínhamos para ele muitos lugares.

É certo que há falhas nas nossas Casas, nas famílias de acolhimento e no próprio seio da Família. Isto, apesar do esforço contínuo pelo bem.

Ia, em companhia de um amigo, num passeio de Lisboa. Um jovem veio, atravessou a rua e, com um abraço, chamou-me Pai.

Quando o jovem foi, o amigo falou para mim: - O meu amigo já foi casado?

- Não. É um filho das nossas Casa do Gaiato.

E ficou olhando o nosso gaiato - acenando adeus.

Padre Telmo