SINAIS

Chovia - céu anuviado, mal se via. Mas deu para ver um vulto de pessoa a caminhar na berma. Abrandei e notei que era uma senhora com um menino ao colo. Parei e convidei-a a entrar. Que sim - pelo meu menino. Acomodou-se no banco de trás e começou a falar.

- Sabe, andava no meu apostolado, mas por causa do meu menino tenho que ir para casa. Já estamos molhados. Gosto muito de ir às famílias a falar de Deus e da nossa vida eterna. Às vezes, sou maltratada - mas faço-o pelo amor de Deus. Alguns ficam zangados quando lhes digo que sou testemunha de Jeová. Mas faço tudo pelo amor de Deus.

Admirei a coragem e dedicação desta mulher. Para ela - testemunha de Jeová - é verdade. Vai de casa em casa a levar a sua verdade.

O Senhor a olha com carinho.

Deixei a senhora na sua rua e casa e continuei meditando e saboreando o amor de Deus por todos nós.

Lembro que, no resto da minha viagem, pensei em Jesus - cada vez mais só. Campos da bola, festejos, feiras e mercados, tantas festas de anos e celebrações de família - onde Jesus não entra.

Mas Ele está com todos e com cada um...

Não se pensa nisso. Foi arrumado - mesmo esquecido - pela maior parte.

Ainda tem muitos amigos - sim; muitos grupos onde é o centro, sim.

Porém, a maior parte diz, simplesmente, não. Nem sabem porquê. Não se pensa nisso.

Essa maior parte caminha ao lado dos crentes...

Sou amigo do Senhor? Penso na minha eternidade? Creio em Deus?

- Não pensemos nisso. Vamos.

- Tenho a vida organizada. Filhos empregados e saúde.

- Maria, para a esposa, convidei a tua irmã e os meninos para o almoço. Certo? Tudo certo. Vai ser um domingo em beleza.

Jesus espera em todos os sacrários do mundo. Vamos todos a caminho da nossa eternidade.

Padre Telmo