SINAIS

Escrevo de Malanje com o coração cheio de saudades e de alegria. Recordo todos os momentos da construção da nossa Aldeia. Ajudas de tantos portugueses e angolanos!

Hoje, triste com sofrimento do nosso Padre Rafael pelo desastre que sofreu e nos causou dor. Graças ao Senhor, hoje está a recuperar.

É sempre bom reviver o passado - nascimento e construção da nossa Aldeia de Malanje... Depois de um dia de aulas, de noite, no nosso pequeno tractor e velha Bedford acarretámos toda a pedra que agora é a beleza da nossa Aldeia. São, hoje, homens e alguns com formatura... Sinal + e tudo expresso num grande abraço.

Recordo a nossa mata de Grevíleas, que nos filtrava os poentes lindos - todas as tardes.

As Grevíleas morreram - mas outras árvores revivem a nossa lembrança: os Jacarandás - copas floridas - só flores de um azul lilás, também os tapetes de pétalas no seu chão. E o sol reflectido na lagoa - nas tardes de sonho?! O sol desce devagarinho e oferta-nos os crepúsculos maravilhosos.

Encontro alguns mais velhos. Aperto o abraço...

- Filhos?

- Já quatro!

- Já três!

- Já dois!

- Ainda!

Encantam-me os «Batatinhas» no delírio do sambapito que os faz sorrir...

Sonhos de esperança reflectidos na lagoa de prata!

Padre Telmo