SINAIS

Eu e Jaime estávamos endireitando ferrinhos para as vigas da creche da Massaca 1. Pasmei ao ver, não longe, a Irmã Quitéria pesando bebés no tronco de uma árvore. Padre José Maria tinha ido a Maputo — quarenta quilómetros — comprar mais ferro.

Primeiros frutos com agulhas e linhas do nosso Pai Américo no sonho do nosso Padre José Maria: uma Casa do Gaiato projectada em ajudas às populações vizinhas. A quinta que o Estado nos deu ficava a quatro quilómetros.

Havia três dias que tínhamos alugado duas casinhas no Bairro da barragem de Umbeluzi. Padre José Maria, Irmã Quitéria — braço maravilhoso de ajuda —, Jaime - Gaiato obreiro —, e eu que fui dois meses por conhecer o local.

Logo no terceiro dia Padre José quis conhecer todos os cantos da quinta. Foi uma maratona. Depois de corricarmos tudo e já numa parte elevada e rochosa que dá para as sanzalas, Padre José Maria grita com alegria: a nossa Aldeia vai ser aqui! E foi.

Soubemos, depois, que a nossa quinta estava crivada de minas! Não duvido que o nosso Pai Américo arregaçou a sua batina na frente de cada um... e a Aldeia nasceu: casas, capela, escolas, oficinas e ajuda à Massaca 1! Tudo, sem dúvida, tem o selo da Obra de Pai Américo bem gravado na sepultura simples do nosso Padre José Maria na cabeceira dos pomares.

Padre Telmo