SETÚBAL
No passado dia 24 de Agosto, tive a graça de completar um ano em Portugal. Digo que foi uma graça, porque pude comemorá-la estando com o nosso Venerável Pai Américo na Casa do Gaiato de Paço de Sousa – onde fiquei uma semana. Pois, foram dias de muita euforia em diálogo (Oração) com o Padre Américo, e sem deixar de mencionar o caloroso acolhimento que tive por intermédio do pai da Casa (Pe. Júlio), dos meus irmãos gaiatos, funcionários e muitos outros que directa e indirectamente se fizeram presente. Todavia, prestes a terminar a semana, disse ao Pai Américo que almejava muito ir conhecer o "Calvário" – a sua última realização. E daí, deu-me a sua bênção.
Tendo então, chegado ao lugar almejado, senti uma paz tão forte… Era como se tivesse visto o "Anjo da Guarda" do Pai Telmo. Embora somente ele o vê! Porém, talvez por causa do resultado do clima vivencial do nosso Calvário, sem deixar de falar da nossa quinta da Casa do Gaiato de Beire. Ora, durante o tempo que lá estive, senti e vi que estar no Calvário é estar com Deus, e quem está com Deus já é uma nova criatura. É verdade, que para muitos o estar lá, é carregar uma cruz muito pesada. E não duvido disto. Mas uma coisa é certa, que quando fazemos uma coisa por amor a Deus, o Sol não se apaga, a Lua não pára de brilhar e as estrelas não caem do Céu. Por isso, eu digo, o caminho do amor passa-se pelo Calvário. É lá onde aprendemos que a vida só tem sentido quando é vivida para os outros. Como dizia o nosso querido Papa Francisco: "Os rios não bebem sua própria água, as árvores não comem seus próprios frutos, o sol não brilha para si mesmo e as flores não espalham sua fragrância para si. Viver para os outros é uma regra da natureza. (…) A vida é boa quando você está feliz, mas a vida é muito melhor quando os outros estão felizes por sua causa." E este viver para os outros, pude comprovar, não com os olhos de olhar, mas de ver. Pois, em vez de uma simples formalidade profissional, as pessoas vão muito mais além, dando antes de tudo a "amizade", do que um simples dizer "amo-te". Entretanto, ir ao "Calvário" é encontrar-se com Nosso Senhor Jesus Cristo e fazer uma amizade com Ele na pessoa dos doentes, como dizia Padre Pio de Pietrelcina: "Onde estão os doentes, está Cristo, mas com os doentes pobres, Cristo está em todo".
Paulo Domingos
(Seminarista de Malanje e Gaiato)