
PELA CASA DO GAIATO DE SETÚBAL
O Gaiato é indubitavelmente e por excelência o veículo de partilha da "vida" da Obra, com as suas Casas, os gaiatos, os colaboradores, os benfeitores e amigos, ou seja, toda a família.
Na rubrica relativa à Casa de Setúbal, neste número, ficam alguns apontamentos das vivências nestes últimos tempos...
Quaresma/Páscoa
Como em artigo anterior se realçava, a dimensão espiritual é fundamental para o crescimento harmonioso dos rapazes. Para além do enfoque litúrgico de cada domingo que nos ajudou na preparação do mistério pascal, realizou-se no Sábado de Ramos, em dois momentos distintos, a Celebração Penitencial, sob o tema "A PÁSCOA DE JESUS É A MINHA PÁSCOA?...Quem é Jesus? Quem é Jesus para mim...?", orientada pelo Padre José Maria, que foi coadjuvado no Sacramento da Reconciliação pelo Padre Belo, da comunidade Salesiana da paróquia, na qual estamos canonicamente integrados. Participaram todos os gaiatos que já receberam a Eucaristia. Foi um tempo intenso e espiritualmente rico o dessa manhã.
Da parte de tarde, os mais novos e que ainda não fizeram a primeira comunhão, orientados pela catequista Valéria e pela Susana, puderam visionar um vídeo que os ajudou a compreender melhor o sentido da Páscoa, a começar pelo Domingo de Ramos. No final, percorreu-se o caminho da Via-Sacra em volta do nosso belo jardim, adornado pelas laranjeiras, tângeras, tangerineiras e nespereiras.
Coube a cada um a responsabilidade da reflexão em cada uma das estações, ajudados por algumas voluntárias que passaram esses dias entre nós...
A animação musical de ambas actividades esteve a cargo do nosso Danilo, que com a viola nos ajuda imenso a interiorizar melhor e também a celebrar mais animadamente...
Bem-haja a todos que permitiram um dia espiritualmente tão rico...
As comemorações do Tríduo Pascal foram esplendidamente participadas por todos, com o canto litúrgico, o grupo dos acólitos, em que todos se empenharam, não faltando o embelezamento muito caprichado da nossa rica capela, quer no Domingo de Ramos, Quinta-feira Santa e especialmente na Vigília Pascal.
Da escola
Tal como nas outras nossas Casas, a logística para poder responder às situações que vão surgindo, foi complicada e bem exigente atendendo ao número de alunos. Mas com os portáteis disponibilizados pelas escolas, minimizaram-se os constrangimentos. Tivemos de realizar um investimento em novo contrato de internet, com mais "megas", para fazer face ao crescimento do fluxo de informação, pois tínhamos todos os alunos em simultâneo em trabalho online.
Por isso, foi com grande satisfação e alegria, que vimos este esforço bem recompensado, pelo trabalho realizado pelos alunos, havendo uma generalidade de resultados positivos, com todos eles a evoluir indiscutivelmente. Estão de parabéns todos os nossos rapazes e quem os acompanhou neste 2º período, com ensino à distância...
Actividades lúdicas
Com o confinamento imposto pela pandemia em que nos encontramos, e o "enclausuramento" a que estivemos votados, foi extremamente difícil dinamizar "o pessoal" na concentração necessária ao aproveitamento escolar, no ensino online, com as ditas aulas síncronas e assíncronas. Apesar de todas as restrições, mas como estávamos confinados na mesma comunidade, realizamos um memorável passeio "turi-ciclista", em domingo solarengo, terminando num belo e farto lanche "campestre".
Houve também sessões de cinema adequadas a cada faixa etária, com bilhete de entrada e tudo o mais (pipocas e sumo), proporcionadas por uma família amiga e participante activa na Casa, a Sara com os dois filhos e marido.
No domingo de Pascoela, dirigido aos mais novos, mas aberto a todos, em lugar próximo à nossa Casa, fizemos um jogo de "caça ao ovo" da Páscoa. Foi entusiasmante para os miúdos e graúdos, tentando ver quem apanhava mais e tinha maior quantidade de pontos... o vencedor foi o Amad...
"Obrigações"/actividades agrícolas
Como elemento do processo pedagógico/educativo da Obra da Rua, também o trabalho, simples e adequado a cada idade, foi sendo realizado. Tal permite sentirem e reconhecerem que a sua dedicação nesse âmbito lhes traz conhecimento e hábitos de trabalho, podendo saborear os produtos resultantes do seu empenhamento. Alguns apanharam, por várias vezes, as laranjas, que serviram para o sumo tão saboroso que se bebe às refeições. Aquelas não utilizáveis para esse efeito, serviram para dar uma "guloseima" às vaquinhas que depois nos "oferecem" o rico e delicioso leitinho dos pequenos-almoços.
Os mais velhos, maiores de idade, ajudaram de uma forma bem solícita na sementeira do feijão, das favas, das ervilhas, no transplante das couves, na plantação de cebola e das batatas. E como têm estado sem horário escolar, já "sacharam" todos esses produtos da horta, eliminando as ervas daninhas, de forma a obtermos o melhor e saboroso produto...
Padre Fernando