SETÚBAL
Mãe
Há quinzenas pedi um carro e o carro veio!
Agora peço uma ou duas mães. Não que a D. Conceição deixe de ser, nada disso, mas que ela precisa de ser ajudada, torna-se evidente.
A mãe, nas Casas do Gaiato, é a pessoa onde vão bater todas as dores e contrariedades dos rapazes. Ela é como um para-raios é o alvo de todo sofrimento dos rapazes. Ela cura, consola, acarinha, beija e abraça. Cuida da roupa, do calçado, da saúde, da alimentação, da higiene, da ordem e beleza da Casa.
Por ela passa a vida toda de todos os rapazes e de cada um em particular. Ela é um poço secreto de queixumes, desabafos e confidências da rapaziada.
São muitos os rapazes casados que a tratam por mãe e ensinam os filhos a darem-lhe a honra de avó.
Deu-nos mais de quarenta anos da sua vida mas, agora, o seu cansaço é claro e o seu desgaste impede-a de recuperar facilmente, de forma que o esgotamento se torna acentuado.
Não veio logo tomar conta da vida materna da Casa mas a pouco-e-pouco foi assumindo este lugar e os rapazes do mesmo modo se foram sentindo acolhidos. Tratam-na por senhora! Oh! Senhora!
Foi uma forma de servir a Deus no escondimento, na entrega, na pobreza, no serviço dos pobres e na aventura a que a Providência Divina a chama.
A insegurança e o medo são forças que impedem tanta mulher de se dar à Obra. Uma congregação ou uma ordem oferecem muito mais segurança do que a Obra da Rua.
É um desafio: venham ver, falar, observar e, se Deus quiser, experimentar.
O Senhor é meu pastor nada me faltará, nada me faltará. Uma coisa é cantar-se nada me faltará outra é experimentar e aferir pela entrega que Ele é o amigo de todos os momentos. Nosso e dos outros que se aproximam de nós.
Padre Acílio