SETÚBAL
Um carro
No jornal pedi um automóvel. Dirão alguns: - Que atrevimento?! Pedir um carro!...
Sim, pode parecer para quem vive e pensa como o mundo. Não para quem confia na Providência. Para nós, é normal que peçamos quando não temos.
Ao longo da História Sagrada foi sempre habitual pedir. O próprio Jesus ousou afirmar: «Pedi e recebereis».
Já uma amiga me telefonou: - Então P. Acílio já lhe deram o carro?
- Ainda não -, respondi.
Se fosse hoje, feita a pergunta, responderia: - Já, sim senhora! Já me deram um Renault Clio com três anos e pouco e 60.000 km. Está novo!
- Quem lho deu -, voltarás a perguntar. Até tremo de júbilo. Quem me deu o veículo foi um senhor criado nesta Casa desde pequeno, que me trata por pai e ensina as suas crianças a chamarem-me avó.
Nunca pensei que alguns dos meus, se tivesse doído de mim e me oferecesse um carro. Dou muitas graças a Deus e alegro-me e peço aos meus leitores que façam o mesmo.
Não foi fabricante, que os há ao nosso redor, nem um concessionário, muito menos um homem rico. Foi um gaiato.
Se me vires por aí a conduzir um Clio vermelho, não te escandalizes com o padre. Alegra-te comigo e dá graças a Deus.
Meu livro
O P. Sezinando pôs-lhe o título de Gestos de misericórdia. A primeira edição, de 500 exemplares, esgotou-se rapidamente. Mandei fazer mais 1000. Algumas paróquias acharam que o dito era interessante e bom para ajudar as pessoas à conversão e venderam uma dúzia, uma cinquentena, uma vintena, etc..
Esta é que eu nunca tinha ouvido, mas a gente sabe que um padreca da rua não ensina nada a ninguém. Ainda se fosse um Doutor ou um Professor vá que não vá, agora um padre da rua! Que sabe para ensinar ou entusiasmar gente tão alta? Nada.
Não sabemos nada, apenas, como dizia o nosso P. Américo, Cristo crucificado nos irmãos pobres e mais nada!
Padre Acílio