SETÚBAL

O nosso Natal

Individualmente não foram muitos os que se lembraram de nós e as empresas aqui situadas quase todas nos esqueceram a não ser a Sapec e a Auchan. Dois pasteleiros trouxeram-nos o que sobrou das suas vendas. Alguns amigos de longe e de perto repartiram connosco as suas economias, não as suas sobras.

O Senhor Bispo veio comer do nosso bacalhau e das nossas couves e deu-nos a alegria da sua Presença.

A Suzana, uma menina dos Olhos de Água, veio com a sua família pôr os nossos pequenos a cantar e a dançar, fazendo Advento após o final das aulas, acarinhando ensinou música e dança para a festa de Natal. Eu ensaiei o auto dos pastores e mais dois hinos referentes ao nascimento de Jesus que eles declamaram razoavelmente.

O Danilo apresentou um filme da sua autoria e orientou a festa no quente espaço da sala de jantar, indo depois abrilhantar ao órgão e à viola a Missa do Galo.

O momento mais esperado e esfuziante foi a entrega de prendas durante a consoada ao calor da lareira. A malta delirou! Todos receberam um par de ténis, escovas para os dentes, pasta para a boca, brinquedos ou perfumes, gilletes, etc., etc..

Os mais pequenos foram ao Circo a Lisboa e passearam pela cidade à noite, admirando os enfeites das luzes nos jardins, rotundas, prédios, monumentos, lojas e casas.

A Missa do Galo, apesar do frio intenso da noite, ainda teve forasteiros e os rapazes cantaram os louvores ao Menino e Sua Mãe com entusiasmo marcante.


O tacho e o telemóvel

É uma história nada agradável para mim e para quem me quis contactar no passado Natal.

Assana garantiu-me que o telemóvel ficou no carro e não em mais parte nenhuma, ele que foi o último a pegar-lhe.

Convencido que alguém dos nossos havia cedido à tentação de tomar o telefone e o tinha posto no seu próprio bolso, falei aos rapazes e pedi-lhes que se algum tivesse caído na tentação de levar consigo o telemóvel o deixasse em qualquer parte visível, pois a informação que eu tinha lá dentro valiam muito mais que o próprio aparelho.

Esperei, esperei e o Hélio ao ver-me desanimado telefonou para a companhia a pedir novos cartões e a anular os que estavam no telemóvel.

Então! Não é que ontem, dia de Natal, à noite, o Danilo, que estava de serviço à cozinha, não vai encontrar o telemóvel dentro de um tacho!?

Coisas destas, só na Casa do Gaiato.


Padre Acílio