SETÚBAL
Feira da Ladra
É já a trigésima quinta vez que o Lions Clube de Setúbal organiza uma feira, a favor da nossa Casa.
Ao longo do ano, tanto as companheiras como os companheiros, vão arranjando, entre amigos e conhecidos, material vendável nesta ocasião: Adornos de casa, louças de valor ornamental a que eles chamam velharias, brinquedos, bibelôs, livros, revistas, etc..
Na feira criam um ambiente de fraternidade alegre, de convívio reconfortante não só entre eles mas também com os
Clientes, trazendo a tona da festa, a novidade sempre actual, que é a Casa do Gaiato.
Vendem também produtos da nossa quinta que, nalguns anos, têm feito sucesso, não só pelo seu brilho, mas, sobretudo, pela qualidade.
Este ano, esquecemos de plantar couves a tempo, as quais têm feito furor! Ainda levámos algumas que já estavam um pouco rijas e sem aparência atractiva.
Além de lhes levar alguns produtos da nossa horta, nunca os pude cumprimentar pela dificuldade de sair e entrar no veículo, pois a minha perna esquerda não o permitia facilmente.
Agrada-me muito que estes grupos laicos, manifestem o seu apreço pela Obra, pois estes ingredientes ajudam-nos a projectar na sociedade setubalense, não só a nossa imagem, mas também a Presença Divina que nos sustém.
A nossa feira não tem nada a ver com a de Lisboa, com o mesmo nome. Apenas, porque se vende de tudo um pouco, lhe deram este apelido.
Assana
O nosso vaqueiro, o Miguel, que é muito zeloso da sua responsabilidade, folga ao Domingo. Três grupos de dois rapazes substituem-no no seu descanso.
Chefia um grupo o Assana com todo o empenho.
Ordenhar 60 vacas, embora a sala seja electrónica, é muito trabalho para quem o faz.
No Domingo à noite, quando saíamos do Terço, Assana descia do banho de que naturalmente necessitava.
- Então, Assana não vieste almoçar? -
Disse-lhe em tom amigável.
- Oh!, Senhor Padre Acílio, ando tão cansado que prefiro dormir a comer! -
Tinha-se levantado cedo para tirar leite às vaquinhas. Todos os dias sai da cama às 06:30h para trabalhar numa empresa onde faz o estágio e para onde vai na sua mota.
Como gostam muito do seu trabalho e da sua prontidão para tudo, pedem-lhe todos os dias algumas horas e, às semanas, todos os sábados. O rapaz está sempre disponível.
Pelo seu curso na Setnave e pelo comportamento e empenho abriu caminho para mais três que lá começaram este ano lectivo.
Na resposta porque andava tão cansado acrescentou:
- Ainda por azar, uma vaca pariu um vitelo e tive lhe assistir ao parto.
Foi à Guiné para trazer o seu irmão que, com 14 anos, anda a guardar gado, tem dificuldades em falar e nunca frequentou a escola. Muito sofre ele a sorte do seu irmão!
Há dias, uma senhora professora, que ajuda os nossos mais pequenos, confidenciava-me o seu carinho pelo rapaz que um dia desabafou com ela:
- A melhor coisa que me podia acontecer na vida foi ter vindo para a Casa do Gaiato.
Papa Francisco
Um português que vive em Moçambique veio visitar-nos e contou-nos algumas coisas sobre a visita do nosso Papa Francisco àquela Nação.
Entre os factos e palavras narrou uma que não posso deixar de dividir pelos nossos amigos: «Um filho do Presidente aproximou-se de Sua Santidade e quis oferecer-lhe um relógio de ouro cheio de brilhantes. O Papa levantou as mãos como quem faz alto e disse-lhe:
- Meu amigo eu não preciso nada disso. Vá vendê-lo e dê o seu valor aos pobres». Isso foi-me contado por este homem que estava perto, ouviu as palavras e se comoveu ao narrarmas.
Verdadeiramente temos um Papa livre. Não se prende nem se incomoda com protocolos. O que Lhe arde na alma é a força do Evangelho!
Padre Acílio