SETÚBAL
MONCHIQUE NA CASA DO GAIATO
Promovida pela Conferência Vicentina daquela Vila algarvia, realizou-se uma peregrinação e passeio a esta Casa.
Iniciativa que muito nos agradou por serem as vicentinas e vicentinos os animadores desta jornada.
Fizeram-se acompanhar por um Diácono, seu conterrâneo, coadjutor do pároco da referida freguesia. Uma presença eclesial que deu peso à excursão.
Preparados, pelo telefone, com a devida antecedência, quiseram saber as nossas necessidades com o senso e a generosidade própria de quem segue as regras de São Vicente de Paulo e outros Santos esquecidos dos homens, mas grandes na Eternidade.
O programa começou com a celebração da Santa Eucaristia em cujo Altar pusemos as ajudas generosas e sacrificadas da tão boa gente, mais as suas intenções.
Danilo, formado em música, veio do Porto, onde trabalha, animar a Missa e os rapazes, ao verem a nossa magnífica capela cheiinha de gente, também se uniram aos cânticos da comunidade de tal maneira que extasiaram os visitantes, em número de 57 pessoas, senhoras e homens.
Trouxeram-nos a passar de mil euros, mais muita mercearia, azeite e várias especiarias próprias da sua região.
Tudo gente simples e doce em cujos corações ferve o amor aos pobres. Pessoas da cidade, em maioria do campo, habituadas à dureza da vida agrícola e incentivados pela fama provada da Casa do Gaiato.
Admiram a quinta que está linda a regozijar de grandes sementeiras e plantações que iremos colher ainda neste mês de Outubro.
Admiram os animais, desde as ovelhas às vacas, passando pelos porcos e as galinhas, patos e perus, tudo bem tratadinho, e regressaram, segundo a palavra do Diácono, de coração cheio!
Tive pena de já não ter muitos exemplares do meu livro, mas prometi mandar-lhes alguns logo que esteja pronta a segunda edição.
Monchique, Vila no sopé da serra que visitei tantas vezes, para comprar mel ao Ti Zé Carcereiro, quando ia à igreja de Portimão pregar os pobres e pedir, o qual, em conversa amiga, definiu com simplicidade a sua gente: - no preço posso enganar, mas no peso ou na medida, não.
MILHO
O nosso milho está pronto a ceifar e a meter nos silos, os quais são o celeiro do nosso gado.
Duas vezes ao dia o Amândio enche a máquina de dar comida aos animais, com a larga e profunda pá da retro-escavadora, misturando na dita máquina o milho com a palha luzerna ou azevém e a distribui pelas manjedouras.
É um espectáculo atraente ver as lindas vacas e as vitelas aproximarem-se do seu comedouro logo que sentem o barulho da máquina que lhes sacia a fome. Muitas despertam imediatamente, deixando o descanso, e, depois, agarram-se ao penso com um apetite devorador.
Muitas vezes vou até à vacaria para perder o stress e encontrar a calma.
A nossa quinta, como já tenho escrito, é uma verdadeira quinta pedagógica que atrai os visitantes, muito especialmente as crianças.
A produção do leite e da carne é o fim principal de toda a nossa agricultura.
Padre Acílio