SETÚBAL
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Contentor
Chegou a Moçambique inteirinho e intocável, como saiu desta Casa. Tal como esta Casa do Gaiato o embalou, assim foi recebido na Casa do Gaiato de Moçambique.
Um bem para todos! Uma monumental boa obra!
O grande armazenista de tecidos, desafiado a ter de queimar o conteúdo arrecadado nas longas e altas prateleiras, homem de coração generoso, ficou imensamente feliz ao saber que, as quatro carradas da nossa camioneta do seu armazém de roupa por confeccionar, iriam aquecer e cobrir os corpos esqueléticos de mulheres e homens de Moçambique, que vivem nas muitas aldeias à volta daquela Casa. Tudo embalámos em sacos grandes de plástico preto, enfiando em cada um, três ou quatro rolos de tecidos, conforme a sua grossura o permitia.
Os doze pneus, para três tractores daquela longínqua e querida Casa, foram cheios de latas de chouriço e salsichas, compradas em Portugal, para aproveitarmos bem os espaços.
Uma tonelada de atum de conserva e as duas e meia de leite em pó seguiram empaletadas e bem cobertas de um largo e robusto capote de plástico que envolveu os sacos até à palete de madeira. A máquina industrial de lavar roupa, magníficos materiais didácticos e escolares, que outro amigo de Lisboa pagou, material de limpeza, fotocopiadora nova, mais roupa que arranjámos em Casa; os livros e variadas sementes que pagamos, etc., etc., tudo serviu para dar Glória a Deus, aliviar a Irmã Quitéria e alegrar crianças e jovens gaiatos daquela nação vítima da instabilidade política e da corrupção dos grandes.
Conduta
Pode parecer, pelo que relatamos nesta crónica de Setúbal, que só as dificuldades da Casa do Gaiato de Moçambique nos preocupam. Não é bem assim, mas a conduta da água que irá regar as férteis terras da nossa terra, continua a dar trabalho e preocupações.
Os amigos que já deram a sua quota-parte, precisam ter notícias deste projecto. O que podemos dizer é que contamos ter legalizada, perante as autoridades competentes e estudada a melhor forma de conduzir o precioso líquido no fim de Março.
Esta Casa comprometeu-se a assumir o pagamento dos tubos daquele que foi um dos últimos sonhos do nosso Padre José Maria. Não temos tido notícias nenhumas dos amigos do Canadá ou de outro qualquer País de que eles tão entusiasticamente nos falaram.
A empresa fornecedora da tubagem, a operar naquele País, é de pessoas de Portugal. Ao fazermos a encomenda, teremos de nos apresentar com um terço do seu valor e o que está arrecadado não chega a sessenta mil euros.
Contava com a dádiva de uma casa para os lados de Cascais, onde iríamos buscar fundos quase suficientes. A senhora quis fazer um testamento. Eu quis antes uma doação e quando tudo estava pronto para a escritura, a senhora morreu repentinamente e os filhos dos seus primos, vieram dizer-nos que eles é que eram família. Vamos a ver se têm em conta a vontade da familiar, o que duvidamos, dadas as recentes manifestações e a cegueira do dinheiro.
Fiquei convencido de que o projecto Moçambicano, que temos no coração e na mente, terá que ser realizado com heróicos sacrifícios dos nossos amigos. Assim Deus seja Glorificado.
Padre Acílio