SETÚBAL
Placas
Quando cheguei a esta região, há 60 anos, na estrada principal que dá para o sul, duas placas indicavam a direcção da Casa do Gaiato.
Entretanto estas desapareceram. Ainda perguntei o porquê da retirada e foi-me dito que havia sido ordens superiores. Dei alguns passos para que as mesmas fossem repostas mas...nada consegui.
Agora, há uns meses atrás, apareceu nas vias camarárias, já perto da nossa Casa, em dois sítios, umas chapas brilhantes a indicar com bastante visibilidade a Casa do Gaiato.
Na minha ignorância da competência das autarquias, pensei escrever uma carta de agradecimento ao presidente da Junta de Freguesia; mas ao recebermos a visita da Senhora Presidente da Câmara, fiz menção do meu gosto em agradecer tão bela prenda à Junta. Ela respondeu-me com gentileza e bom humor: ai!.. A gente faz as coisas e os outros é que recebem os agradecimentos!?
Aqui registamos tão bela e útil lembrança.
Quantas pessoas vêm de Lisboa para respirar o ambiente de uma Casa do Gaiato e se perdem pelos Brejos do Assa, Algeruz, vendo-se em palpos de arranha.
Daqui em diante essas dificuldades ficam reduzidas e quem passa na estrada vê a placa brilhante a dizer Casa do Gaiato.
Aqui fica o registo dado, após as eleições autárquicas, para que ninguém me atire à cara de propaganda política e a nossa gratidão para Quem se lembra de nós.
Conduta para Moçambique
De vários cantos do mundo, através da internet, têm vindo referências ao nosso empenho nesta causa. Várias perguntas, algumas sugestões, noticias onde se poderão comprar os tubos e perguntas sobre a sua dimensão e robustez. Devo informar os nossos amigos que nada está definido mas aguardamos para breve uma conclusão, após falarmos com o engenheiro que chegará daquele país, para nos dar mais luz.
Parece que existe em Moçambique uma fábrica de gente Portuguesa com capacidade suficiente para produzir os referidos tubos e disposta a fazer-nos um bom desconto. Se assim for, brevemente darei notícias concretas para os amigos empenhados na realização deste sonho.
O dinheiro recebido, não passa das seis dezenas de milhar de euros, mas uma certeza é certa: o Pai do Céu não me vai deixar mal, já tenho alguns sinais que me bastam.
Contentor para Moçambique
É meu desejo fazer um contentor para a nossa Casa e para os pobres que a rodeiam. Só quem vê, é que pode imaginar a avassaladora pobreza daquela gente.
A pintura enorme com 16 metros quadrados que ilustra a capela daquela Casa veio às mãos do seu autor para ser reparada e reposta depois em segurança, no seu lugar. Para Portugal foi trazida de avião e a dobragem partiu muito as telas. Para lá, tem de ir direita e encaixotada com respectivos vidros de protecção que a livrem dos excrementos da passarada, dos ventos e das intempéries da natureza, uma vez que as paredes do santuário são apenas verdura e o tecto é suspenso a dois metros do chão, permitindo que a natureza lindíssima que ali se desfruta seja fonte inspiradora para louvar o criador. É este inconveniente de dar liberdade às aves do céu e às mudanças da temperatura que nos obriga a proteger de forma definitiva, tão rara e bela peça de pintura sagrada.
O seu transporte também justifica a aquisição do contentor, mas a irmã Quitéria mandou uma lista larga de necessidades urgentes a que esta Casa irá responder e onde se inclui uma tonelada de atum de conserva, várias sementes, uma dúzia de sacos de milho de 50 mil bagos cada, além de alfaias manuais para agricultura, calçado, mangueiras, material de limpeza que iremos adquirir com a ajuda de amigos.
A trinta deste mês celebraremos o primeiro aniversário da passagem para a Eternidade do nosso santo e mártir padre José Maria. Comungar connosco esta data, é colaborar no preenchimento do contentor.
Padre Acílio