POBRES
Nalguns dias de descanso procura-se recuperar forças para que seja possível continuar a auxiliar os pobres. Mesmo nestes dias, com a facilidade de se fazerem chegar até nós, temos de atender as situações mais urgentes e credíveis que nos apresentam e também não podemos adiar a feitura do nosso O GAIATO. Não muito longe do sítio onde me encontro, Pai Américo num dos seus períodos de descanso alertava os seus rapazes para a indispensável composição do jornal, que nunca falhou a publicação desde o seu nascimento.
Desta vez, aquela mãe com problema oncológico, veio insistentemente pedir que lhe pagássemos a água que não gastou da casa onde viveu até há pouco tempo. Quando mudou de casa não advertiu que tinha que dar baixa do seu nome no contrato com o fornecedor. A nova utilizadora não quis assumir as despesas, obrigando-a a ter de pagar o que gastou e o que não gastou. A sua vida é cheia de dificuldades. Cuidar das três filhas, cuidar da casa e das despesas inerentes e da sua doença que a impede, por vezes, de trabalhar. As contas que faz à vida não lhe resolvem o problema de não ter meios suficientes para pagar as despesas, como aconteceu agora, e não esquece o caminho que a traz até nós.
A vida dos pobres traz consigo o sinal da cruz. Eles são presença visível e colaboradores de Jesus nas dores, são sinais a mostrar o caminho para a redenção da humanidade. Felizes os que não encontram neles um empecilho mas unem a sua vida, pela fé, à vida deles.
Padre Júlio