
BENGUELA - VINDE VER!
Para o bem dos Pobres
A presença da Casa do Gaiato cujos alicerces estão fundados sobre o Santíssimo Nome de Jesus, na Diocese é uma porta aberta para a entrada dos pobres e renegados de cuidados primários para a sua sobrevivência. De maneira natural as pessoas carenciadas sentem-se atraídas a bater o nosso portão. O guarda também, ele, pobre da sua e nossa condição compreende e deixa-o entrar. Conversa com a pessoa, pergunta sobre o motivo da sua vinda, inspeciona e vem ao nosso encontro para ajudar o irmão a pedir auxílio. Jovens crianças e adultos avançam para o interior da nossa aldeia, seu destino por enquanto é a porta do escritório da Casa Mãe, e vão pela calçada, mesmo frente ao cruzeiro. Na Cruz, Cristo levantou o mundo decaído no pecado. E ainda hoje continua a erguer pontes que aproximam os irmãos da verdadeira unidade de filhos de Deus. Queremos ser sempre esta avenida segura, por onde passam diariamente centenas de pessoas independentemente da sua religião, cultura ou cor, para chegar à outra margem na travessia dos vales de lágrimas desta peregrinação terrena que os nossos dias impõem, a milhares de irmãos, aqui e em outras zonas da terra. As guerras no mundo são portadoras de desgraça para o povo, agravando ainda mais a condição dos pobres. As injustiças sociais e a corrupção marcada por desvios do bem – comum são sinais de que ainda não se compreendeu a dimensão da caridade com que fomos amados e do sangue com o qual fomos salvos. Na fila da comunhão encontramos um sinal visível da entrega incondicional do corpo e sangue de Cristo. Facto que deve impulsionar os gestos de partilha e doação como combustível para a construção da fraternidade entre os irmãos. O povo foge do interior para as cidades. Nas cidades não há trabalho para todos. A miséria e criminalidade constituem um atentado a dignidade das pessoas. Pratos vazios e insegurança nas localidades levam o povo ao desespero. Para o bem dos pobres vai o grito de aflição no meio da instabilidade social, causada pelas desigualdades entre irmãos que ainda não sabem que têm o mesmo Pai – Deus. E que a nossa missão é construir a fraternidade universal. A Casa do Gaiato é este cantinho dos pobres, fundada para os pobres e abandonados e amada e cuidada pelos pobres, que a dada altura no caminho da sua vida descobriram o rosto de Cristo encarnado no pobre que passava pelo caminho. Depois do acolhimento e assistência às carências, passamos para a educação. Educar para a vida! Para os princípios e valores Cristãos e humanos. Promovendo virtudes e desaconselhando os vícios. Recebemos mais cinco rapazes novos vindos de situações de grande perigo de sobrevivência de toda ordem. Vamos fazer acontecer o nosso ideal na vida destes filhos mais novos. Fazer de cada rapaz um homem. A conclusão é de Pai Américo: «Ensinaram-me a transformar o pequenino farrapão das ruas com simples mezinhas caseiras, a saber: muito pão, muito sol, e muito carinho. As nossas armas são o carinho, a verdade e a justiça, alimento adequado à criança do solavanco do mundo.»
Padre Quim