PEDIDO DE UMA MÃE

O Padre Horácio criou muitos rapazes que, na sua maioria, se fizeram homens.

Como na Casa do Gaiato de Coimbra, em Miranda do Corvo, passei a maior parte das minhas férias, de 50 a 55 do século passado, conheci muitos que, estudando na Cidade dos Doutores, se tornaram notáveis.

Como este que, com a sua esposa, atingiram o grau de professores catedráticos.

Ele é leitor assíduo do que o Espírito põe na minha caneta.

Escreve-me e manda do seu pecúlio, algumas vezes ao ano, o donativo que entende:

«As razões, pelas quais lhe tenho pedido que coloque as nossas intenções na sua patena, confirmam. A nossa esperança está em Deus.

Junto um talão do depósito. Agradeço-lhe que, se lhe for possível, o aplique em alguém que no seu entender se enquadre na leitura do Livro do Êxodo do Domingo XXX. (...) Depois de tomar todos os comprimidos da caixa de Gestos de Misericórdia (do meu livro), tenho estado a fazer o mesmo com o livro do Padre Horácio.

Aconteceu que ontem coincidiu com a epígrafe de Todos os Santos, três páginas atrás, a propósito da intervenção do Padre Horácio na peregrinação de outubro em Fátima de 1978, sobre as mães, elevei o meu espírito para mais uma vez o acompanhar (a si), o seu grito ingente por uma mãe para a Casa de Setúbal.

Lendo o livro do Sr. Padre Horácio, recordo momentos de vida que me dizem muito, mas sobretudo, vou confirmando os julgamentos de santidade que eu tenho sobre a sua vida e obra social cristã, independentemente do quanto lhe devo como pai, pela minha formação global.

Já não rezo por ele, mas ontem, dia de Todos os Santos, invoquei-o, convicto de que está incluído na multidão vestida de túnicas brancas, lavadas no sangue do Cordeiro, na visão apocalíptica de S. João.»

Padre Acílio