PATRIMÓNIO DOS POBRES

A história do Património dos Pobres indica-nos o caminho para a Igreja.

O P. Américo apaixonado por Cristo escolheu os pobres, como via, para chegar a Ele. Aliás é uma opção do próprio Jesus Cristo: Ninguém vai ao Pai senão por Mim e a Mim só aquele que não rejeita os mais pequeninos, o mais pobre, o abandonado, o preso ou o doente. Os mais fracos são os Seus preferidos.

O P. Américo seguiu por aqui, fazendo, pregando e escrevendo tanto e somente para anunciar Cristo Jesus incarnado no homem e nele ressuscitado.

O Património nasceu do coração do P. Américo e Pai dos pobres. Foi sempre nesta qualidade e com este intuito que ele criou o Património. Foi ao Ultramar Português de Moçambique para pregar esta doutrina e conseguiu meios económicos para projectar a construção de casas para pobres.

Na sua locução em Fátima num dia treze, transmitida pela rádio, feriu muitos corações e inquietou alguns párocos. Dirigiu-se a ministros e secretários do Estado com palavras duras e sem medo de incomodar e comprometeu-se a dar aos párocos construtores de casas para os pobres a quantia de 5 contos por cada casa que estes edificassem para os pobres da sua paróquia, com o fim não só de ajudar os moradores em barracas, garagens, cabanas e tocas, mas também de pôr os párocos próximos dos pobres como veio mais tarde, nos nossos dias, o Papa Francisco recomendando que eles chegassem às periferias. Sentimentos que encheram o coração de quase todos os santos da Igreja Católica os quais tanto contribuíram para a Evangelização da sua época e do seu mundo.

Se um padre me pede cooperação para socorrer um pobre da sua paróquia ou até dos seus conhecimentos, nunca a nego e ela nunca me fez falta. O pároco ou melhor pastor e pai dos pobres nunca ficou mal comigo. Nunca.

Gostava muito que esta questão fosse conhecida com a pureza que ela contém, nunca como exigência minha para, hipoteticamente, subir qualquer degrau do meu poder perante os colegas. Apenas fazer como o P. Américo, com regras apostólicas para que os padres não tenham medo de encarar de frente a pobreza da sua paróquia e se dirijam directamente ao Património.

Foi tão forte o ímpeto do fundador da Obra da Rua na sua paixão pelos pobres que levou o P. Fonseca, de Aguiar da Beira, a criar outra Obra de apoio a moradias para pessoas pobres - a autoconstrução - de forma que naquela freguesia ninguém ficou a viver em casernas ou sem tecto.

Não me venham com a desculpa que eram outros tempos. Época sem o Vaticano II mais ainda sem o Papa corajoso que grava o evangelho com a sua vida as suas atitudes e a sua brilhante e evangélica palavra a favor dos pobres.

Hoje mais do que no tempo do Pai Américo o santo padre aponta como necessidade ir às periferias para incarnar a palavra de Deus.

Padre Acílio