PATRIMÓNIO DOS POBRES
Isto faz com que o mundo deixe de ser um lugar da verdadeira fraternidade e que o crescente poder da humanidade ameace destruir o próprio género humano.
Claro que para os crentes esta profecia parece estar presente nesta altura, embora para uma sociedade laica não tenha sentido nenhum. A mim parece-me ser um aviso sério do Criador dos homens que põem em questão os valores como a vida e a morte e se atrevem endeusados a legislar contra a própria natureza do ser humano como se fossem eles os seus autores numa cegueira desenfreada de poder.
Toda a humanidade geme sobre tal pandemia, mas quem mais padece são os pobres e os fracos.
Achei bem que as autoridades religiosas se apressassem em pôr em evidência e obrigassem ao cumprimento das normas impostas pelas autoridades do País. Estava a vida humana em causa. Esta é o melhor bem depois da Graça Divina que todos possuímos mas entristece-me que não se ponha a mesma força quando as mesmas autoridades desleixam a habitação dos portugueses a saúde e a obrigação de trabalhar sem qualquer reparo e no silêncio pecaminoso que também é pandemia e atira a Igreja para a sacristia.
A pobreza não aflige estas entidades como o coronavírus mesmo estando à vista o miserável estado habitacional de tanta gente, sujeita nesta altura, à própria morte. Não se denuncia a opulência dos servidores do Estado, dos gastos inúteis e a Justiça Social é renegada pelo silêncio como se isso fosse somente terreno dos partidos.
O Património tem dado algumas ajudas mas não aceitamos ninguém em nossa casa por causa do risco dos rapazes e das crianças que nos rodeiam. Preferimos mandar e socorrer algumas famílias nossas conhecidas com avios mais cuidados e mais generosos. Dói-me muito certas situações de fome e de frio como a daquela viúva aqui falada, recolhida num quarto com o filho e a filha e ela própria. O que comem? Como se alimentam? E como dormem?
Depois... um mês passa num instante só lhe paguei a renda de 2 meses e ela tanto me pediu mais um mês.
Quantas desamparadas por esse País além sem o aconchego de uma casa o conforto de um quarto e a higiene de uma casa de banho? Quantas meu Deus?! Sem que ninguém sofra com eles e lhes dê um pouco de si mesmos!...
Padre Acílio