PÃO DE VIDA
Finalmente — Padre Américo!
[O Bispo de Coimbra, D. Manuel Luís Coelho da Silva] Deu-me Ordens Sacras, fez-me sacerdote: O maior de todos os títulos para a maior de todas as gratidões.
Padre Américo
O itinerário vocacional de Américo Monteiro de Aguiar [AMA], por graça de Deus, culminou na sua ordenação de Presbítero da Igreja Católica, aos 41 anos, em 28 de Julho de 1929. Justamente, vai ser celebrado o seu 90.º aniversário, especialmente numa Eucaristia, na igreja do vetusto Seminário Maior da Sagrada Família de Coimbra, presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Virgílio do Nascimento Antunes.
Já apresentámos alguns subsídios nesta matéria tão relevante da sua vida de grande figura eclesial, dando mais luz sobre este acontecimento importante na sua biografia de grande homem de Deus e da Igreja. Agora, em breves traços e com recurso a algumas fontes, pois continua a tornar-se necessário avivar a memória eclesial, justifica-se descrever com precisão certos passos fundamentais dos momentos próximos e deste dia tão feliz e memorável, evitando assim equívocos. Também é muito notório que veio a marcar, ao longo dos tempos, a vida de uma multidão de pessoas, em especial pobres, e cujo exemplo continua vivo, pelo testemunho indelével que deixou na Igreja e em Portugal, no século XX, tornando-o conhecido e amado como Pai Américo.
Assim, à procura de um filão seguro, no Seminário Maior de Coimbra tivemos acesso ao livro de registos do ano de 1929, em que vem exarada a acta de conclusão do seu 3.º ano de Teologia, que precedeu a ordenação presbiteral do Diácono Américo Monteiro de Aguiar. Para que conste nestes anais, transcrevemo-la na íntegra. Eis:
No dia vinte e cinco de Junho de mil novecentos e vinte e nove fizeram acto do terceiro ano teológico:
— Américo Monteiro de Aguiar, filho de Ramiro Monteiro de Aguiar [e de Teresa Ferreira Rodrigues], natural de Salvador de Galegos [Penafiel] (Porto) e foi aprovado com treze valores.
— Tomás Francisco Póvoa, filho de José Francisco Póvoa, natural de Outil [Cantanhede], e foi aprovado com treze valores.
P.e Luís Lopes de Melo.
Manuel Trindade Salgueiro.
Elias Luís de Aguiar.
Depois, o relato de outro momento marcante encontra-se no Boletim da Diocese de Coimbra [1929], sob o título Exercícios Espirituais ao Clero em 1929.Trata-se de uma referência à sua preparação espiritual próxima que antecedeu a sua ordenação, com o teor seguinte:
Desde 22 a 27 de Julho estiveram em Retiro espiritual, além do Ex.mo Rev.mo Sr. Bispo Conde [D. Manuel Luís Coelho da Silva], os Rev.os Sacerdotes: Abílio Fernandes Diniz, Adelino Gomes Arnaut, Aleixo d'Almeida Belém, António Alves Mariz, António Gonçalves Salazar, António Augusto Lopes Fernandes, António Marques Diniz, Augusto Gomes da Silva, Carlos Luiz Barata, Elias de Aguiar, João Abranches Martins (da Guarda), Joaquim Ferreira Nogueira, Joaquim Mendes, José Antunes, José Maria Simões da Silva, José Martins Simões de Barros, José Pereira da Costa, José Pinto Simões, Luiz Lopes de Melo, Manuel António Ramalho (Cónego), Manuel Gomes Andrade, Manuel Maria Antunes, Manuel Mendes Rosa, Manuel Simões, Manuel Vieira dos Santos.
E os ordinandos: Américo Monteiro d'Aguiar, António Gomes, Artur das Neves, Augusto Nunes Pereira, César Pereira Roque, José da Costa Melo, José Marques da Silva, José Martins dos Santos e Silvestre Dias Gouveia.
Finalmente, chegou o dia tão esperado da ordenação presbiteral, pelo Bispo de Coimbra D. Manuel Luís Coelho da Silva, depois de o ter admitido no Seminário Episcopal de Coimbra, em 3 de Outubro de 1925. No Boletim da Diocese de Coimbra, é registada uma notícia, mas breve, que diz assim:
Ordenação/ No dia 28 de Julho S. Ex.a Rev.a conferiu na sua capela particular as seguintes Ordens Maiores:
Subdiácono: Artur Gomes e Silvestre Dias Gouveia.
Diácono: Artur das Neves; César P. [Pereira] Roque, José da Costa Melo e José Martins dos Santos.
Presbítero: Américo M. [Monteiro] d'Aguiar, Augusto Nunes Pereira e José Marques da Silva.
Padre Manuel Mendes