PAÇO DE SOUSA

Como tudo na vida, todas as histórias têm um início, e esta começou com estes dois rapazes Nuno e o Manelinho, com bastante vontade de jogar numa equipa, pois queriam ser jogadores como os profissionais. Foi então que estes tiveram ideia de falar com o nosso Padre Júlio, e este disse: «Então porque não, ide falar com o Bruno para ver o que ele diz». E de seguida vieram eles ter comigo. Eu disse não era má ideia, mas que ia pensar e não me andassem a pressionar porque tudo leva o seu tempo, tempo esse que não demorou muito. Depois de eu pensar para mim, passado dois dias disse-lhes que sim. Então a felicidade deles foi tremenda e no dia a seguir que era um sábado, consegui reunir um grupo com menos de 15 anos. Depois de ter conversado com o Padre Júlio, disse-lhes ser naquele dia o nosso primeiro treino, mas tínhamos um grande problema: não tínhamos onde o fazer. Foi então que ele nos disponibilizou o pavilhão da nossa Casa do Gaiato de Beire e, depois de alguns treinos, tivemos então o nosso primeiro jogo amigável em Paços de Ferreira, onde tivemos a nossa primeira derrota. Mas apesar disso, eu disse para mim — vou continuar com eles, pois têm muito talento. Depois de muito trabalho árduo nos treinos e nos jogos amigáveis que fomos realizando, disse que os tinha que inscrever num campeonato. Fui falar com o Padre Júlio, e ele disse-me assim: «Se vocês têm sonhos, têm que arranjar maneira de os alimentar. A Casa disponibiliza-vos a carrinha». A partir daí fui à procura de patrocínios para podermos entrar em competição na Liga Amadora de Penafiel. O nosso irmão Luís Aleluia ajudou-nos imenso a encontrar as empresas patrocinadoras: Corredoura Supermercados, M. Cunha e a Nortenha, e por último, depois de já termos tudo tratado para entramos na Liga, faltava-nos o fundamental, que era um fato de treino com o símbolo do nosso clube, que nos veio a ser oferecido pela empresa Pinto Lopes Viagens. Agora estava tudo pronto para o início do campeonato da Liga. Então em Outubro, começou o campeonato, com jogos de 15 em 15 dias. Entrámos muito bem, com uma vitória bem gorda por 11-1. Depois de várias jornadas, foi então que chegou o jogo decisivo, onde a vitória ou o empate eram os resultados que nos interessava. Uns dias antes do jogo, fui ouvindo algumas frases dos nossos jogadores: «Temos que dar o nosso melhor», Joel; «Eu tenho confiança que vamos ganhar», Fadul; «Qual vai ser a táctica?», Quintino; «Onde eu vou jogar?», Nuno; por último, foi o Manelinho: «Eu queria jogar na baliza!». Chegou então o derradeiro dia para ditar o campeão, entre o G. D. R. ORDINS e o G. D. Casa do Gaiato. Foi então que, com garra, dedicação e humildade acima de tudo, que os nossos guerreiros se sagraram campeões, no primeiro ano em que participamos num campeonato oficial. O resultado deste jogo decisivo ficou em 6-1, com 2 golos do nosso capitão Fadul, 2 do Joel e 2 do Quintino, sendo um deles de levantar o pavilhão. Tivemos um forte apoio durante o jogo dos nossos irmãos da nossa Casa, do senhor Padre Júlio, sem esquecer a D. Guida e do seu marido, o nosso «Resende», que sempre nos acompanharam. Passados alguns anos conseguimos trazer um troféu para a nossa Casa do Gaiato de Paço de Sousa, e vamos lutar ainda para trazer outro este ano, pois vamos competir pela Taça de Futsal da A. F. A. de Penafiel, que vai começar no dia 13 deste mês. Em conclusão, foi um excelente campeonato, muito bem disputado. É uma alegria enorme poder vê-los felizes, a gritar "campeões, campeões, campeões" no balneário e no fim do jogo, e no dia a seguir a festejarmos todos, com um bolo em família cá em Casa, mais perto dos irmãos. É um orgulho enorme estar com eles, pois eles são qualquer coisa de especial. Eu continuarei com eles enquanto a minha vida assim deixar.