O GAIATO digital
* Plano da nossa Casa do Gaiato de Benguela ao entardecer *
Edição de 16 de Março de 2019 : Ano LXXVI : n.º 1957
PATRIMÓNIO DOS POBRES
«… Esteve agora comigo — dei-lhes almoço — um casal com dois filhos pequenos e a mãe dele a pedir-me ajuda para entrar numa casa. Foram despejados — é o termo... — como se deita fora o lixo, há oito dias, por falta de renda. Têm dormido no carro, os três adultos e as duas crianças. Estavam muito constipados. Arranjaram uma casa em Palmela a pagar 250 euros e a senhoria não lhes exigiu caução. Neste mundo encontra-se gente boa.
Da morada antiga, donde foram evacuados, a renda mensal era de 400 euros…»
Padre Acílio
VINDE VER!
Estamos unidos

«É a nossa Casa do Gaiato de Malanje»
«… Ora, a Obra da Rua é uma grande família. E o que se espera de uma família? Que seja unida! Pois claro. Só assim pode ter a respeitosa denominação. O que passa disto vem do maligno. Cada membro da família tem a sua responsabilidade cooperando na luta diária pela materialização dos seus próprios objectivos - a felicidade de cada um dos seus membros. Através dos actos de comunidade, celebrações, acontecimentos, se efectivam laços muito fortes entre uns e outros, cuja lembrança o tempo não se atreve em devorar…»
Padre Quim
DA NOSSA VIDA
Em Angola

«… É um trabalho redobrado para os nossos, para o que as ajudas do exterior pouco contribuem. Centrados naqueles que são os seus filhos, mantêm viva a chama da Obra da Rua, neste modo tão adequado de constituir cada Rapaz um homem, com a colaboração das suas próprias mãos: Obra de Rapazes, para Rapazes, pelos Rapazes. Só em ambientes expugnados de vida palpitante e de assunção de responsabilidades, se pode rejeitar método educativo tão ao jeito daqueles para quem existe…»
Padre Júlio
BENGUELA
A caridade...
«… Como está o teu coração? Quem dera seja um coração sensível, perante as necessidades da multidão de pobres verdadeiros. Não pode deduzir-se, desta maneira de falar, que os ricos tenham que se fazer materialmente pobres, para participarem nos bens do Reino dos Céus. Na verdade, a autêntica pobreza do rico, e cada dia o compreendemos melhor assim, não consiste em "não ter nada", mas comprometer-se com os pobres, especialmente com aqueles que não podem defender-se, que não têm o mínimo necessário para uma vida humana digna…»
Padre Manuel António
SINAIS
Calvário
Floriram as azáleas e preparam-se as sebes das aleluias. Nas matas, espreitam os brotos. Padre Baptista não se limitou a projectos e construções, também plantou. O nosso Calvário é já um anúncio da Primavera. Também nasceu a esperança da família se reunir de novo.
Padre Fernando não para e tem as mãos firmes no timão. O murmúrio da brisa no milhar de campas do nosso cemitério é sinal de esperança do regresso à nossa Casa.
* * *
Carvalho frondoso, no chão bolotas que piso com pena; paro preso a um junquilho florido que nasceu e cresceu num montinho de terra encostado ao tronco; três pétalas de cor viva guardam o tronco da mãe. Passos e passos no carreiro estreito, nas bermas mais flores silvestres que brotam da ânsia do regresso. Belezas de Deus!
Padre Telmo
DO MEU CANTINHO
Abandono

«… Em Angola, temos alguns rapazes nos seminários, apoiados pelos nossos padres que, em cada dia que passa, se cruzam com tantos que andam como ovelhas sem pastor, carentes dos mais elementares bens que os orientem, fortaleçam e animem.
Para todas as situações, é o Senhor da messe que envia os trabalhadores para trabalharem na Sua messe. São portanto trabalhadores chamados, vocacionados. Não se trata de trabalhadores que seguem uma carreira profissional, progredindo de degrau em degrau, mas de trabalhadores que vão pôr em prática os dons recebidos da generosidade do seu Senhor em favor do Seu rebanho…»
Padre Júlio
SETÚBAL
«Com os nossos amigos devo comungar a alegria que me transporta da alma. É para todos uma notícia inesperada, como foi para mim, que há anos deixei de me preocupar com o futuro desta Casa porque essas ideias me desanimavam, me afligiam e me revoltavam.
De repente, para mim, surge, vindo do Céu, um Sacerdote com a alma plasmada por Pai Américo. Já não é um jovem levado pelos sonhos, mas um homem maduro que sempre ansiou viver a pobreza dos Padres da Rua e escolher os Pobres para a sua amizade e companhia...»
Padre Acílio
PÃO DE VIDA
Do Padre Jacinto de Sousa Borba

Continuação do número 1955
«… Nas lágrimas que marejavam tantos olhos, sentiu-se bem quanto era querido e venerado o virtuoso Padre Sousa - uma alma sacerdotal e um humilde filho de S. Vicente de Paulo!»
Padre Manuel Mendes
Padre Américo - «Pensamentos»
A Editora Modo de Ler, aproveita a oportunidade da Obra da Rua estar prestes a fazer 80 anos e promove um livro intitulado Padre Américo - Pensamentos. Neste âmbito, pede «a cada Amigo que escolha e nos envie [à Modo de Ler] até 31 de Março próximo os 10 Pensamentos do Padre Américo que mais o tenham impressionado, e de que página e obras foram transcritos. Depois, com todos os pensamentos reunidos, e com a indicação de quem os escolheu, far-se-á uma edição que será publicada no próximo mês de Julho, na data da evocação da morte desse Santo que se fez Homem, no dizer do saudoso Professor Nuno Grande, edição cuja venda se destinará por inteiro à Obra da Rua. Às entidades oficiais a quem poderá ser útil, porque esclarecedora, a edição será oferecida.»
Pelas CASAS DO GAIATO
CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA
As Conferências Vicentinas e a crise de valores
«… As Conferências Vicentinas são, ou devem ser espaços de aprendizagem e prática desses valores que são para todos, sejam crentes e não crentes. Se para os crentes cristãos o termo aqui mais apropriado é o da Caridade, use-se outro como o de Solidariedade Social, ou partilha solidária se isto ajudar a juntar forças com quem é não crente, mas que também trabalha, ou pode ser motivado a trabalhar em prol destes valores…»
Américo Mendes
BEIRE
Um Calvário sem "transcendência"?!…
«… O que aqui está em causa é a fidelidade à Fonte de onde Pai Américo bebia e pela qual se sentia impelido (sic). Para fazer o que fez, naquele tempo. Com uma palavra nova, em matéria social. Impelido a dar a vida por aqueles a quem, na sociedade de então, a vida lhes era negada de tantas maneiras. E, hoje, digam lá o que disserem as autoridades que tanto gostam de falar do que não entendem: para muitíssimos casos — os das periferias, que são tantos!... - o Estado, apesar da grande evolução social, ainda não encontrou uma resposta condigna…»
Um admirador
ANTÓNIO HENRIQUES (SEDIELOS)

«… As memórias com que fiquei dele, levam-me a pensar que foi um Homem que se dedicou à família da Obra da Rua com todo o empenho. Mesmo sendo um tempo de pouca fartura, nunca nos faltou com alimentação de qualidade, nem com o pedaço de pão quando lho pedíamos - mesmo não sendo hora de refeição! Era atento às nossas necessidades.
Sei que se dedicou com igual empenho no Calvário.
Faleceu no dia 1 de Março de 2019.
Descanse em Paz!»
Nuno Almeida
MIRANDA DO CORVO
Visitantes
«… Devidamente acompanhados pelo actual Responsável do Calvário e dessa Casa do Gaiato, Padre Fernando Fontoura, e pelo Mário, a nossa comunidade teve a alegria de conviver com vários irmãos nossos, de que damos os apelidos: Sem Nome, Varito, Pomba, Tira-Picos, Carocha, Nana e Nandinho (os dois últimos estiveram cá com a sra. D. Maria do Rosário). Pelas 13 horas, almoçámos no nosso refeitório e foram ditas umas palavras de bom acolhimento…»
Rapazes de Miranda