O GAIATO digital
* É tempo de colher o fruto do que se semeou *
Edição de 1 de Setembro de 2018: Ano LXXV : n.º 1943
MALANJE
«Estava sentado no pátio da casa-Mãe quando me apresentaram dois rapazes que acabavam de entrar na Aldeia. Um devia ter uns 11 anos e o outro 9. Comecei por lhes perguntar quem os trouxe até à nossa Casa...»
Padre Rafael
SETÚBAL
«Na passagem por esta Casa, há poucos meses, senti-me fortemente abalado pelo desabafo do Padre Rafael: - Nós, lá, agora, só comemos feijão e arroz ao meio dia, ao jantar e ao outro dia a mesma coisa, e assim toda semana...»
Padre Acílio
SINAIS
«Cada vez menos se conhece o nosso Jornal O Gaiato, esta realidade nos deixa tristes... recordo, então, a venda do Jornal nas cidades e vilas.
Muito cedo, aconchegados na carrinha, partíamos de Miranda do Corvo...»
Padre Telmo
BENGUELA
Somos Casa de Família dos filhos abandonados
«... Os pedidos para o acolhimento de filhos abandonados continuam a chegar à nossa Casa do Gaiato. É, sem dúvida, um problema social também muito grave. Não tem sido possível o atendimento, até agora. Eram necessárias, sem dúvida, mais Casas de Família para estes filhos sem família. Vamos continuar a trabalhar e a fazer tudo o que for possível para salvar estes filhos que não são culpados pela situação em que vivem...»
Padre Manuel António
PATRIMÓNIO DOS POBRES
«... Foi por causa dos caídos nas vielas, nas mansardas e nas barracas, a dormir na palha, no chão e na lama, foi por causa desta gente que o Padre Américo lançou o Património dos Pobres, não somente para dar abrigo, mas, sobretudo, para chamar a atenção das Entidades Públicas.
A habitação é um dos primeiros direitos do homem, mais que a Educação ou a Saúde...»
Padre Acílio
DA NOSSA VIDA
«... Essa edição d'O GAIATO, de 3 de Setembro de 1944, é toda ela cheia de irrupções de fogo que nos queima e interroga. De todas elas brotam apelos e também respostas a eles, corajosas. E sempre, a palavra incisiva e iluminadora de Pai Américo, mas também ferida e determinada na esperança e confiança na Providência de Deus, presente...»
Padre Júlio
ERA O ANO I, N.º 14
O Filipe do Seixal
O Filipe vinha de calção branco, camisola às riscas, cabeça ao léu e mala aviada. Trazia um letreiro-escapulário, a pedir que o guiassem para a Casa do Gaiato. Dentro do seio, um sobresselente, à cautela. Trazia o texto de um telegrama e vinte e cinco tostões para o seu custo, o qual telegrama foi expedido imediatamente. Trazia outra moeda de prata, a qual num instante lhe desapareceu da algibeira, para assim não ser somente eu a queixar-me dos ladrões! E trazia uma linda história da barraca onde morava ao deus-dará.
Vem perfeitamente cru, este pequenino selvagem; nem escola, nem igreja, nem costumes, que esta é a vida do pardieiro. O Augusto recebeu a missão de lhe ensinar o abc do catecismo, até ao tempo escolar.
O semblante alegre do Tiro-liro é por saber que o peregrino fica. Quando outros têm de regressar, ele anda triste uma semana inteira. Ele é um ser estranho, impenetrável, cheio de opinião. É muito amigo dos pobres. Se algum bate à porta, Tiro-liro vai à cozinha e ali amarra, até que lhe dêem de comer: anda Carlos, que está lá um pobre. Se é um pequenino da sua laia, redobra de fervor. Ele dormiu ao relento anos de vida. Pelo bem que ora desfruta, mede a desgraça dos companheiros!
Pai Américo
PÃO DE VIDA
Dos Rapazes fundadores em Paço de Sousa
«... Para que conste, cruzando alguns dados que temos à mão, saídos da pena de Pai Américo e referidos supra, esboçámos um elenco dos 10 Rapazes fundadores da Casa do Gaiato de Paço de Sousa, que ficaram instalados nas ruínas do extinto convento beneditino. Assim, recolhidas as datas de entrada, os seus nomes e as proveniências, com ligeiras diferenças que tentámos superar, elaborámos uma lista das primeiras levas de Rapazes que chegaram ao terreiro de Gamuz para formar a Comunidade nascente...»
Padre Manuel Mendes
PENSAMENTO
Se eu pudesse dizer toda a mágoa que a gente sente à porta de castelos feudais dos nossos dias, ao ouvir dentro a voz da senhora Miséria rica, algemada, pavorosa, fecunda - tristemente fecunda!... Choramos muito mais aqui do que no tugúrio, porque esta miséria é maior porque tem a maldição do Filho do Homem. Mas não; não te posso dizer nada, que a Caridade tem a missão de sofrer e calar.
Pai Américo, Pão dos Pobres, 2.º vol., p 56.
Pelas CASAS DO GAIATO
BEIRE
Flashes do nosso quotidiano
Um grupo de Rapazes da Casa do Gaiato de Beire
«O Nelito é um bonito ex-libris desta Casa do Gaiato. Uma Casa do Gaiato, sim, mas muito especial... Já com 44 anos batidos, o Nelito é uma criança grande. Ora a espirrar ternura, a pedir a esmola de um bocadinho de atenção, ora a barafustar, aos berros, como um desalmado. Não sabe o que é o rancor. Tão depressa lhe vem uma fúria como logo lhe passa...»
Um admirador
PAÇO DE SOUSA
- VACARIA -
- CASA-MÃE -
- BATATA -
- ESCOLA -
O novo habitante da nossa vacaria
MIRANDA DO CORVO
Pormenor da casa-mãe de Miranda do Corvo
- FÉRIAS
- ESCOLAS
- AGROPECUÁRIA
- ARRANJOS
- CONTACTOS
Rapazes de Miranda
CONFERÊNCIA DE PAÇO DE SOUSA
PRESTAÇÃO DE CONTAS: OS "CASOS" DA NOSSA ACÇÃO VICENTINA
«... A crónica de hoje é mais sobre a natureza qualitativa da nossa actividade. Os leitores regulares das nossas crónicas não têm encontrado aqui, com frequência, relatos de "casos", no sentido de situações de grande miséria económica e social que facilmente tocam a sensibilidade e a generosidade do leitor. Alguns podem legitimamente perguntar-se que, afinal, não temos "pobres" para cuidar, nem necessidade de ajuda para isso.
Não é nada disso que se passa...»
Américo Mendes
ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS GAIATOS E FAMILIARES DO NORTE
Livro "Esses caminhos que andamos..."
«No passado dia 3 de Agosto, quatro co-autores do livro "Esses caminhos que andamos..." concederam uma entrevista à jornalista Fernanda Pinto do jornal digital "Verdadeiro Olhar".
Sempre com o objectivo de levarmos o mais longe possível a mensagem às centenas de Gaiatos que passaram pela Casa de Paço de Sousa, com o fim de estreitar os laços e obtermos positivamente uma maior proximidade entre todos...»
Elísio Humberto
ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS GAIATOS E FAMILIARES DO CENTRO
«... Corrigimos a data do nosso encontro em Setembro, na Senhora da Piedade, em Tábuas, Miranda do Corvo. Foi, por lapso, indicado o dia 15, mas será realizado no dia 16, Domingo e não no sábado. Não te esqueças de levar farnel, boa disposição, vontade de explorar a natureza e de te refrescares na água da ribeira...»
José Martins
ECOS DE AZURARA
«... São duas semanas que calha a cada casal gaiato, que está servindo a Obra. Naturalmente, começa na segunda quinzena de Junho e vai até à primeira de Setembro...»
Manuel Pinto