NOVO LIVRO

«O testemunho de vida de Padre Horácio, aponta todo ele para os outros. A sua vida é um permanente correr para os outros. Outros que, primeiramente, são os Pobres. Os de dentro, da Casa do Gaiato de Coimbra que Pai Américo lhe pôs nas mãos, e os de fora, fogo que também recebeu de Pai Américo, o Património dos Pobres.

Uma situação reveladora da sua permanente atenção aos outros, em que o acompanhei, deu-se quando teve o seu primeiro AVC, que foi rastrear ao Hospital de Santo António no Porto (onde Pai Américo entregou o seu espírito ao Senhor da Vida). Nas horas que ali passou, não centrou o seu pensamento em preocupações pessoais quanto às consequências que podiam advir deste problema de saúde; antes, estava atento às dificuldades dos outros que estavam à sua volta.

Também ele fez seu o amor ao espírito de pobreza. Este amor não nasceu de um pensamento, obviamente, nasceu, isso sim, de uma experiência. Atrevia-me referi-la a um acontecimento que Padre Horácio descreve, do início da sua vida como Padre da Rua, num encontro com Pai Américo, em que este lhe mostra as suas calças rotas num joelho, e o aponta como sinal da pobreza e desprendimento, a riqueza maior da Obra da Rua.

[...]

Este estado de espírito é revelador de um coração aberto ao louvor porque voltado para os outros e para o Outro (é ver como frequentemente termina os seus artigos). Era, o seu, um espírito franciscano, tantas vezes verbalizado pela expressão, «Paz e Bem», ainda que não habitualmente escrito.

Um dos aspectos mais referidos pelos padres, seus companheiros de serviço aos Pobres na Obra, era a sua constante chamada ao encontro entre todos, às reuniões dos Padres da Rua, queridas mensais por Pai Américo. Estava-lhe subjacente o desejo de unidade entre todos, para o que ele limava as naturais diferenças com expressões a desvalorizar o relativo delas ou com pequenas graças no mesmo sentido. O espírito de unidade que o domina, não quer mais que o bem de todos, a paz em todos.

Estes são alguns traços da personalidade que Padre Horácio foi construindo em si mesmo, alguns dos valores em que foi estruturando a sua vida, alguns dos objectivos que se propôs alcançar para si no serviço e na relação com os outros. De tudo isto resultou nele um olhar de paz, uma atitude de esperança e uma entrega pelo bem. Se Cristo pisou a terra com o coração, no dizer de Pai Américo, diria que Padre Horácio pisou a terra com o seu olhar carinhoso.»

Da Apresentação, Padre Júlio

Ei-lo prontinho a ser entregue a quem no-lo encomendou ou vai encomendar pelo telefone: 255752285 ou pelo e-mail: geral@obradarua.pt e que oportuno ele chega como bom companheiro de férias.