NOTA DA REDACÇÃO

Que sejamos caminho, verdade e vida!

A cada época das sociedades humanas as suas características próprias, os seus problemas e a sua forma de lidar com eles. De um modo global, nunca foram tão grandes como nos tempos em que vivemos a quantidade e a diversidade de bens e serviços disponíveis para consumo, ou seja, nunca foi tão alto o nível de bem estar material da Humanidade. Apesar disso, esse progresso material não tem sido acompanhado por um progresso social capaz de ir fazendo diminuir cada vez mais as desigualdades nas oportunidades e nas capacidades dos seres humanos para terem acesso a esse progresso material. Por isso, a pobreza, em formas variadas, continua aí e em grande escala.

Também nunca foram tão grandes e tão diversificadas como nos tempos em que vivemos as possibilidades de comunicação entre os seres humanos. Todavia, são hoje muitos os idosos e pessoas doutras idades que, mesmo podendo viver na ilusão de terem muitos amigos e de participarem em várias redes sociais, de facto, vivem, senão isolados, pelo menos, sem laços sociais suficientemente fortes que os ajudem tanto nos dias bons, como nos dias maus das suas vidas.

Para não nos alongarmos nesta listagem de características relevantes destes tempos em que vivemos só mais uma delas. Nunca foi tão desenvolvido como nos dias de hoje o conhecimento científico que permite saber como estão organizados, como funcionam e como evoluem o mundo natural e humano em que vivemos. Apesar disso, nunca foram tão poderosas como nestes tempos em que vivemos as forças que permitem gerar e disseminar em larga escala a mentira e a ilusão.

É por isso que continuam a ser muito precisas as iniciativas genuínas de solidariedade social como as Casas do Gaiato e outras obras do género. É por isso que continuam a ser muito precisas pessoas que, com a colaboração das Casas do Gaiato e doutras obras similares, pratiquem essa solidariedade social como deve ser, ou seja, no contacto pessoal e directo com as pessoas que precisam de ajuda, lá onde elas vivem e partindo das situações em que elas vivem.

Para percorrer estes caminhos de mais e melhor solidariedade social, ou seja, para que possamos ir reduzindo as disparidades nas oportunidades e capacidades dos seres humanos e, assim, construirmos uma sociedade cada vez mais sólida é preciso que procuremos a Verdade. A Verdade com letra grande, inclui, com a certeza, o conhecimento científico que vai sendo construído com as capacidades intelectuais com que Deus dotou a espécie humana, mas não é só isso. Essa Verdade com letra grande que é precisa para que a solidariedade social seja Caridade também com letra grande, ou seja, Amor ao Próximo, é aquela que nos vem do Evangelho e doutras fontes que Deus vai encontrando para nos ir comunicando como devemos agir para fazermos a Sua Vontade.

Que o nosso Jornal e as Casas do Gaiato saibam ser sempre parte desse Caminho e dessa Verdade, sem o que não poderá haver Caridade, Caridade essa sem a qual também não poderá haver Vida com letra grande!

Américo M. S. Carvalho Mendes