MALANJE - CRÓNICA

No Gaiato, o amor sempre encontra uma forma de florescer.

Março foi um mês de lágrimas e abraços apertados na Casa do Gaiato de Malanje. A dor chegou sem aviso, golpeando os corações dos rapazes e dos padres que fazem deste lar um refúgio de amor. A despedida do «Bebucho» e do tio Agostinho deixou um vazio difícil de preencher, um silêncio pesado nos corredores onde antes ecoavam risos e histórias.

Mas, na Casa do Gaiato, o amor sempre encontra uma forma de florescer, mesmo entre as sombras da tristeza. Entre orações e memórias, os rapazes uniram-se ainda mais, mostrando que a família vai muito além dos laços de sangue. E, como um presente no meio da dor, o padre Rafael regressou, trazendo consigo não apenas a sua presença, mas também a celebração do dia do Pai. Mesmo com a saúde ainda frágil, a sua chegada foi um alívio, um sinal de que a vida continua e que o carinho nunca se ausenta.

E quando o tempo parecia pesar, chegou o padre Fernando, com o seu olhar atento e as mãos estendidas. Mais uma vez, escolheu estar ali, junto dos meninos que tanto precisam de um gesto, de uma palavra, de um afago. O seu carinho e atenção foram bálsamo para as feridas invisíveis que a saudade deixa.

Assim segue a Casa do Gaiato, caminhando nos passos de Jesus, encontrando forças nas pequenas maravilhas do dia a dia. Porque a dor pode chegar, mas nunca será maior do que o amor que habita este lar.

Alfredo Brás («Fredy»)