MALANJE

O ano lectivo está a chegar ao fim e, com ele, a Casa entra na sua recta final. É tempo de avaliar. Como todos os anos, os rapazes estão a preparar os seus relatórios para apresentarem na assembleia geral. Este momento é essencial para fazer memória, partilhar aprendizagens e projectar o futuro.

Tradicionalmente, as eleições dos novos chefes coincidem com o Dia do Pai Américo, uma data significativa que marca o início de um novo ciclo na vida comunitária. Em seguida, começaremos a definir alguns objectivos para o próximo ano, ao mesmo tempo que nos preparamos para receber novos gaiatos. Esta é sempre uma tarefa delicada, pois, infelizmente, nem sempre é possível acolher todos os que precisam.

Este mês será diferentemente especial: vamos inaugurar o campo de futebol que foi recentemente reabilitado. Os próprios gaiatos comprometeram-se a pintar o campo como parte do seu envolvimento no projecto. Durante o próximo ano, serão contratadas duas pessoas para dinamizar o desporto e a sua dimensão educativa, graças ao apoio inicial da Mundo Orenda, que se comprometeu a financiar esta iniciativa.

Recentemente, recebemos a visita de representantes da Manos Unidas, que ficaram maravilhados com o novo espaço desportivo. Para os nossos meninos, este projecto foi um verdadeiro sonho tornado realidade.

Por outro lado, as irmãs informaram-nos que irão deixar a casa no mês de Agosto. Sabemos que será uma etapa de grandes desafios, pois a figura maternal nas Casas do Gaiato é um pilar fundamental. Vamos enfrentar esta transição com responsabilidade e carinho, procurando sempre o bem-estar integral dos nossos «Batatinhas».

Durante este Verão, também vamos contar com a presença de voluntários. Na última visita, recebemos o Alberto e a Célia, um casal de Sevilha. O Alberto, técnico em electricidade, ajudou-nos a reparar vários quadros eléctricos, partilhando os seus conhecimentos com os nossos jovens. A Célia, doutorada em investigação clínica, ofereceu não só o seu saber, mas também o seu carinho, acompanhando os nossos pequenos como uma verdadeira mãe, além de colaborar no posto de saúde.

Vivemos um tempo em que não podemos perder nenhuma oportunidade de colaboração — ainda mais quando se trata de pessoas que, com generosidade, nos oferecem o seu tempo, o seu saber e, sobretudo, o seu amor. Os nossos gaiatos, sempre carentes de afecto e orientação, beneficiam profundamente destas presenças que deixam marca.

Padre Rafael