MALANJE

Enquanto em Portugal a Obra da Rua procura actualizar-se e reconfigurar-se, buscando dar continuidade às suas respostas sociais, em Angola também queremos dar passos em frente: consolidar a Obra da Rua no país, melhorar a qualidade das Casas do Gaiato e abrir-nos a novas experiências.

Nada disso será possível sem abrir espaço ao protagonismo daqueles gaiatos que hoje são considerados continuadores desta missão, das pessoas que se dedicam totalmente à Obra, e daqueles que, com generosidade, oferecem voluntariamente o seu tempo e talento.

A Obra da Rua caminha para uma nova configuração, onde se revitaliza aquele princípio: "o que diz respeito a todos, deve ser decidido por todos". Encontrar novas estruturas de participação é um desafio que já nos foi lançado pelo Papa Francisco.

Este ano, as irmãs Marlene e Célia concluirão a sua presença na Casa do Gaiato. São mais de 30 anos de presença das Mercedárias Missionárias de Barcelona na nossa aldeia. Agora cabe-nos reinventar-nos e discernir como garantir o papel maternal na nossa Casa. Hoje é difícil encontrar mulheres que se dediquem para toda a vida, mas por que não abrir-nos a novas formas de presença feminina comprometida?

Fica aqui um convite aberto a todas aquelas mulheres que queiram oferecer um pedaço da sua vida para cuidar e acompanhar esta família.

A irmã Célia deixará a nossa casa no próximo dia 24 de Maio, rumo ao Peru, sua terra natal. Após mais de 20 anos dedicados à nossa Casa, só podemos agradecer a ela e a Deus por todos estes anos de entrega sem reservas à nossa – e sua – família do Gaiato. Deixa entre nós um testemunho admirável de trabalho, entrega e abnegação como consagrada a Deus ao serviço dos pobres. Pedimos ao Pai Bom que continue a acompanhá-la e a abençoá-la onde quer que o Espírito Santo a conduza.

Nos próximos dias, o P.e Rafa regressará a Malanje, depois destes meses dedicados à recuperação da saúde. Temos muitos projectos pela frente, a partir de uma nova forma de estar. A nossa família só crescerá se caminharmos juntos, mesmo que isso signifique ir mais devagar.

Os padres da Rua devem ter um pé em Casa e o outro na rua: ajudar as Igrejas locais a responder às realidades de pobreza que se vivem, e lembrar à sociedade e aos governantes que uma sociedade justa luta contra a cultura do descarte.

Padre Rafael