
MALANJE
Hoje celebramos o dia do nascimento do Padre Américo com a chegada do Padre Fernando. Aqui, nas Casas de Angola, ainda podemos sentir a Casa do Gaiato com aquele espírito de família e de autogoverno que as caracteriza. Mas ao mesmo tempo vemos cada vez mais exigências em termos de regras sobre o acompanhamento dos menores em detrimento do seu protagonismo. Outro problema que estamos a enfrentar é a presença de maiores de 18 anos, que exigem instalações e um contexto à parte. A máxima de que os mais velhos cuidam dos mais novos está a tornar-se cada vez mais difícil e certas tarefas têm de ser executadas por profissionais. São tempos de muitos desafios a ultrapassar e de tentar fazê-lo em conjunto.
O número de padres da Rua está a diminuir gradualmente e actualmente somos 8. Não temos dúvidas de que este carisma do Padre Américo pode estar no coração de muitos padres diocesanos e que, certamente, eles ainda não encontraram um lugar para pô-lo em prática. Outro desafio para os padres é a pastoral vocacional e encontrar um novo quadro eclesial onde nos possamos apresentar a outras dioceses e a outros países e assim dar continuidade às Casas do Gaiato.
A ausência do Padre Acílio coloca em cima da mesa o futuro do Património dos Pobres e como será a partir de agora. Praticamente todas as organizações eclesiais renovaram a participação dos leigos nas instituições. Nesta fase final, o Papa Francisco insistiu neste aspecto no Sínodo da Sinodalidade. A Obra da Rua, depois deste exercício de discernimento pedido pelo Papa Francisco, deve abrir-se também à participação dos leigos, como: continuadores, voluntários...
Que este dia do nascimento do Padre Américo suscite entre nós novos desafios e novas esperanças, para que a nossa Obra, que está a sofrer mais do que uma tempestade no meio de tanta coisa, escute as palavras do Senhor e os seus convites através do Espírito Santo.
Padre Rafael