
MALANJE
Retomamos os trabalhos de reparação da entrada da nossa Aldeia. Recentemente, recebemos a visita de um amigo que viu algumas fotografias nas redes sociais e enviou uma carrinha com quarenta sacos de cimento e esta mensagem... a minha colaboração para não parar o trabalho. Nos últimos anos temos vindo a pedir a diferentes instituições governamentais e privadas para reabilitar a entrada. Não é possível... a resposta é sempre a mesma. Finalmente, lançámo-nos e já conseguimos fazer os primeiros 100 metros... faltam apenas 250 metros para chegarmos ao Cruzeiro.
Em Outubro próximo começarão os cursos, porque no final de Setembro a inspecção dará luz verde para as salas de formação profissional. Desta forma, a nossa escola inicia uma nova etapa na direcção daquilo que, certamente, queremos que seja um Politécnico Médio. Este primeiro ano será aproveitado para iniciar a Formação Profissional Básica em alguns Cursos Intensivos. A inauguração mais formal está marcada para o dia 23 de Outubro, dia do nascimento do Padre Américo e da festa da nossa Escola do Gaiato.
Continuamos a ter problemas com tractores e máquinas agrícolas. Graças a um tractor emprestado pelo arcebispo, estamos a conseguir preparar a terra para as culturas da Casa, mas não é suficiente para apoiar os pequenos agricultores. Na semana passada, conseguimos arranjar algumas peças para reparar um deles. Vamos continuar a bater às portas para recuperar os quatro que temos.
Hoje recebemos em nossa Casa três irmãos órfãos. Vieram com a tia do INAC (ninguém da família quis tomar conta deles). Como sempre, eles têm um mês para ver se se adaptam à vida na nossa Casa.
Os preços continuam a subir... Actualmente, um saco de arroz de 25 kg custa 22 euros e um saco de leite em pó de 25 kg custa 115 euros. Se tivermos em conta que o salário de um agricultor é de 30 euros por mês ou que o duma empregada de limpeza é de 45 euros por mês, chegamos à conclusão de que poucas crianças podem pagar um copo de leite e comer arroz, e feijão é considerado um luxo. As mangas já estão a aparecer nas árvores e é uma alegria, sobretudo para muitas crianças que vão à escola, pois será o seu pequeno-almoço.
Padre Rafael