
MALANJE
A cada dia a educação é mais complicada em nossas famílias. Por mais que queiramos incutir valores em nossos filhos, temos contra nós a influência do ambiente: os mídia, os amigos... a própria sociedade de consumo que está espalhada por todo o planeta.
As famílias têm de abrir mão de sua cultura, de seus princípios e modos de vida para evitar serem acusadas ou fragmentadas. E a tudo isso se somam os processos pelos quais passam os nossos filhos: infância, adolescência e juventude.
Nas Casas do Gaiato isto multiplica-se por 30, 80 ou 100 consoante o número de crianças. Pensar em uma Casa auto-sustentável é um sonho muito bonito que, na prática, principalmente para as Casas da África, actualmente, é impossível. A única arma que temos é o amor vivido como uma entrega sem esperar nada em troca.
As três maiores recompensas que temos são praticamente: primeiro, saber que um dia seremos recomendados, não nesta vida, por Aquele que nos Amou primeiro; segundo, ver que apesar de todas as dificuldades vemos alguns de nossos filhos a tornarem-se pessoas com um letra maiúscula; e terceiro, o amor e o reconhecimento de quem sabe e conhece o milagre desta Obra.
Aqui, em África, um dos segredos para continuar chama-se Amar, e um outro Aceitar. A mistura dos dois ajuda-nos a levantar todos os dias (Ama o que Aceitaste). Por isso a Obra da Rua será sempre uma mãe que vive com os pobres.
Padre Rafael